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Adotar plano objetivo facilita crescimento
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Aonde quero chegar daqui a
cinco ou dez anos? Como a responsabilidade pelo planejamento
da carreira está nas mãos dos profissionais, e não mais sob tutela
das empresas, a recomendação
dos consultores é que cada um faça um plano claro que tenha a ver
com suas aspirações de vida.
Para isso, é necessário uma boa
dose de autoconhecimento. "Em
primeiro lugar, cada um deve fazer uma análise profunda de seus
desejos e de suas ambições na vida pessoal", explica Sofia Esteves
do Amaral, sócia-diretora da consultoria DM Recursos Humanos.
A valorização do crescimento
vertical a todo custo, sem importar a satisfação pessoal e profissional, é uma tendência que vai perdendo força entre os executivos.
"Nem todos querem atingir o
nível mais alto. Há profissionais,
por exemplo, que preferem um
crescimento horizontal, numa
posição mais intelectualizada, e
isso não significa falta de ambição", afirma José Antônio Rosa,
consultor da Manager.
O importante, para os mais ambiciosos, é traçar metas para cada
uma das etapas da corrida por um
cargo melhor. "Para um recém-formado que pretende chegar ao
nível de gerência, um prazo médio para alcançar a meta traçada é
de cinco anos", estima Mozart
Langbeck, gerente sênior da Deloitte Touche Tohmatsu.
Maturação
Mirar o posto desejado e verificar quais habilidades técnicas e
pessoais são exigidas para tal função é o caminho aconselhado pelos especialistas. Nessa fase, a capacitação acadêmica e a preocupação com a técnica assumem papel fundamental.
Depois de alcançar o cargo de
gerente, a ascensão vertical fica
um pouco mais difícil e, então,
muitos executivos passam a buscar o chamado crescimento horizontal. "Nesse momento é importante circular por diversas áreas
que ajudem a acumular experiência", explica Langbeck.
Um tempo recomendável para
o executivo permanecer no nível
de gerência é de aproximadamente cinco anos. Após esse período,
os mais ambiciosos devem começar a pensar em cargos de diretoria e presidência. Mudar de companhia faz parte dessa fase.
Como algumas empresas estão
colocando executivos jovens em
cargos do topo da hierarquia, é razoável traçar um plano de chegar
ao nível de diretoria após dez ou
15 anos da entrada na empresa.
Tempo certo
A ascensão muito rápida pode
trazer algumas dificuldades.
"Cheguei aonde tinha planejado,
mas agora estou pensando em
mudar", diz Charles Kirschbaum,
29, administrador de empresas.
Formado em administração pela Eaesp-FGV, ele conseguiu crescer ao trabalhar em uma consultoria empresarial norte-americana, a Bain, primeiramente no escritório de São Paulo. Na consultoria, teve a oportunidade de cursar um MBA na Wharton School,
nos Estados Unidos.
Depois do MBA foi trabalhar na
unidade da Bain de Los Angeles e,
em seguida, surgiu um convite
para trabalhar em um "private
equity" (fundos formados para
comprar empresas ou participações em um determinado país ou
região), da Advent, com a oportunidade de voltar para o Brasil.
"O tão sonhado emprego na
Advent foi se tornando uma experiência decepcionante devido
às dificuldades do mercado e ao
ambiente estressante próprio da
função", afirma Kirschbaum.
Ele saiu da empresa há um mês.
"Não sei ainda a direção que vou
tomar, mas uma possibilidade
que me agrada é ingressar na carreira acadêmica."
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