|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ORÇAMENTO
Financiamentos, bolsas de estudo e oferta de subsídios ajudam a viabilizar o novo diploma
Primeiro teste é calcular despesas
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O administrador de empresas
Valter Cursio, 35, decidiu, no ano
passado, que chegara a hora de
encarar um MBA. Para o financiamento do curso, que custa em
média R$ 30 mil, pediu ajuda à
sua firma. A resposta foi negativa.
Mas não se intimidou. "Percebi
que minha carreira pertencia a
mim, e não à empresa." Arregaçou as mangas e assumiu os custos sozinho. Durante 2002, poupou mensalmente o equivalente a
15% de seu salário. "Revi custos e
cortei o que não era essencial."
Em tempos de ajustes financeiros, que levam as empresas a economizar em treinamento, a decisão pela pós deve ser acompanhada de um bom planejamento.
Os preços dos MBAs oscilam
bastante. Os mais caros são os internacionais, que variam de US$
100 mil a US$ 150 mil, com duração de dois anos. Éder Martins,
32, que está na Tuck School of Business, nos EUA, compôs pacote
com bolsa de estudos e empréstimos a juros baixos do Tio Sam.
No Brasil, MBAs executivos
com módulo no exterior encabeçam a lista dos cursos mais caros,
podendo alcançar US$ 45 mil.
Corpo docente e número de alunos em sala de aula pesam na
composição dos preços da pós. Já
a carga horária é diretamente proporcional ao custo. O uso de novas tecnologias, como teleconferências internacionais, e de metodologias multidisciplinares também impacta os preços. Por outro
lado, sistemas de ensino à distância barateiam a conta. Atente para
as diferentes combinações.
Na hora da escolha, informe-se
sobre bolsas de estudo, financiamentos bancário e da escola. Ainda assim, se o bolso não estiver
em forma, cogite começar a pós
por cursos de educação continuada ou de especialização com programas menos complexos, que
têm custo menor, postergando o
ingresso no MBA. Outra dica de
economia é optar por instituições
de ensino com boas bibliotecas e
que ofereçam palestras, workshops e viagens de estudo sem custos adicionais.
Subsídios na balança
Na Fundação Dom Cabral, o
percentual de companhias que
patrocinam integralmente os cursos dos profissionais caiu pela
metade nos últimos três anos.
"Foi-se o tempo em que as empresas cuidavam da carreira. Hoje
elas querem dividir a responsabilidade", avalia o coordenador-geral do MBA da instituição, Alceu
Moraes de Queirós.
A Siemens, por exemplo, paga
no máximo 70% do valor de
MBAs e de especializações.
Os financiamentos por parte
das corporações costumam envolver comprometimento ético
de ambos os lados. Eventuais
afastamentos em razão do curso
são negociados. É exigido, porém,
que a produtividade seja mantida.
Quando ausente, Edson Badan,
51, diretor de tecnologia da informação da Ford para a América do
Sul, toma ciência dos negócios remotamente. "Acompanho por e-mail", diz Badan, aluno de MBA
na Universidade de Pittsburgh.
Antes de pegar carona nos subsídios, contudo, é importante
atentar para as perspectivas profissionais dentro da companhia,
já que, após um MBA, não se espera que o funcionário troque de
emprego. "A empresa deve oferecer condições de permanência depois da pós", afirma Carlos Mecchi, gerente de RH da Philips para
a América Latina.
(SBR)
Texto Anterior: Cursos seguem as marés do mercado Próximo Texto: Preço do curso altera os planos de alunos de pós Índice
|