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AUMENTO
Pedir é último recurso
para obter o reajuste
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Pedir não é a melhor maneira
de engordar o salário. Ao menos é
o que mostra um estudo do Grupo Catho, que revela que só 10%
dos aumentos aprovados resultam de pedido do funcionário.
A porcentagem de reajustes
concedidos por recomendação do
chefe direto, sem pedido formal
do empregado, é de 18,9%, e a de
aumentos dados espontaneamente pelas empresas fica em
33,6%.
"Pedir não é a melhor estratégia.
É direito do funcionário, mas as
empresas não recebem bem. Eu
não aconselho", afirma José Carlos Figueiredo, consultor do Grupo Catho. "O aumento, em geral,
é uma iniciativa da empresa."
"O ideal é a companhia não esperar o empregado argüir. Isso é
sinal de que há algo errado no
processo de gestão", diz Pedro
Alexandre Pinheiro, da Mercer
Human Resource Consulting.
Estudo da Mercer revela que,
progressivamente, os executivos
recebem mais aumentos individuais, desvinculados dos coletivos. Ou seja, a regra geral é a de
que vale mais o desempenho de
cada um. Mas o melhor caminho
para chegar ao acréscimo também depende do caso específico.
Na maioria das companhias,
não há planos de carreira definidos nem avaliação periódica de
desempenho. Conclusão dos consultores: sem colocar o chefe contra a parede, fica difícil obter
acréscimo nos rendimentos.
Se a única saída for realmente
pedir o aumento, é preciso tomar
alguns cuidados. Além de a empresa estar em boa fase, é preciso
que a relação do empregado com
o empregador também atravesse
um período sem conflitos.
A secretária-executiva Ruth Sel-lan, 30, esperou um ano pela hora
certa para renegociar o valor do
seu salário com o chefe, o holandês Job Onkenhout, 50. Pediu aumento -em inglês- na última
segunda-feira. "Esperei completar um ano [no emprego]. A data
exata me deixou mais à vontade
para conversar", revela.
Já Marcos Antônio de Camargo
Junior, 20, conta que deixou o
emprego na área de marketing de
uma escola porque não via chances de crescer. "Sempre que o assunto era aumento, meu chefe fechava a cara e fazia um tom sério,
que não era próprio dele. Falar sobre isso era como cometer um crime." Ele fez sua última tentativa
em dezembro de 2003. A resposta,
negativa, só veio em março deste
ano. "Saí em abril."
(BL)
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