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Grupo apóia na "hora do aperto"
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Exilada política em 1972, a
então estudante da Universidade de São Paulo Cleuzer de Barros, 57, foi morar no Chile, na
Argentina e na Suécia e só voltou ao Brasil oito anos depois,
com uma filha de seis anos.
"Ela nem sabia falar português. Tive dificuldades de encontrar escola. Aí, amigos me
indicaram a Rudolf Steiner."
Parecia tudo encaminhado,
mas, separada do companheiro e esgotadas suas reservas financeiras, Barros teve problemas para arcar com a mensalidade para a segunda filha.
"Obtive bolsa parcial, mas
chegou uma hora em que eu
não conseguia pagar nada. Foi
aí que tive uma surpresa: os
pais se ofereceram para pagar
parte da mensalidade, e a escola arcou com a outra parte."
Mas não foi só essa ajuda que
recebeu. O colégio foi berço do
Projeto "Pai Waldorf", e Barros
conheceu a médica Nise Yamagushi, idealizadora da iniciativa e dona de uma clínica.
"Ofereci uma oportunidade
para a Cleuser trabalhar comigo, na parte de secretaria e administração. Isso durou quase
um ano", afirma Yamagushi.
Ela conta que a experiência
de Barros estava além da ocupação, mas era a forma que encontrou de colaborar. Já Barros
diz que "a oportunidade ajudou muito". "Mesmo o salário
não sendo o mesmo que recebia no antigo emprego, consegui recuperar a auto-estima."
Hoje faz serviços esporádicos
em projetos sociais, mas conquistou na Justiça a indenização prevista pela Lei da Anistia.
"Em 2003, quando devo começar a receber a indenização,
voltarei a pagar integralmente
a escola e ajudarei outros pais."
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