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CÍRCULO DO EMPREGO
Empresas já incorporaram a "networking"
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Manter redes de relacionamento é a melhor forma de garantir
convites e oportunidades de empregos futuros, dizem os especialistas em recursos humanos.
Pesquisa realizada pela consultoria Catho em maio com 9.174
executivos mostrou que 34% conseguiram uma vaga por indicação
de amigos, ex-chefes ou ex-colegas de trabalho. Para cargos de diretoria, esse índice chegou a 61%.
"É importante ter um bom relacionamento no trabalho e evitar
se indispor com qualquer colega",
afirma Priscila Mendes, consultora da Delloite Touche Tohmatsu.
Ela também ressalta a importância de levar das empresas os
contatos dos profissionais e manter posteriormente o vínculo.
Segundo os especialistas, os
grupos que se formam para compartilhar oportunidades de trabalho exploram justamente essa
"networking" (rede de contatos).
"A perda do emprego está entre
os momentos de maior estresse
da vida. Esses grupos não se limitam à indicação. Proporcionam
troca de experiências e dúvidas,
além de apoio mútuo. É o chamado companheirismo de infortúnio", avalia Andras Dobroy, sócio-diretor da consultoria Dobroy
& Partners International Executive Search Consultants.
Endosso
"A indicação é válida, mas o
candidato deve demonstrar competência", avisa Priscila Mendes.
Além disso, os consultores da
área observam que recomendar
amigos ou conhecidos para uma
vaga de trabalho exige cuidados
por tornar aquele que os auxilia
uma espécie de co-responsável.
"Ele está endossando o profissional", diz Dobroy. Ou seja: se o
indicado causar problemas para o
chefe, isso pode prejudicar a imagem de quem fez a indicação.
Por isso, é preciso ser imparcial
na hora da indicação e não tentar
só "vender o peixe do colega".
Priscila Mendes ressalta, porém,
que muitas empresas "vêem com
bons olhos" os funcionários que
têm a iniciativa de indicar conhecidos em dificuldades. "É uma atitude positiva, mesmo que a pessoa não conheça a fundo a outra.
Mostra que ela está fazendo seu
papel social", defende.
Mas, nesse caso, é preciso deixar
claro o grau de conhecimento do
indicado. "Muitas vezes a pessoa
vê um amigo desempregado e
tenta encaixá-lo na vaga a qualquer custo. Existem outras formas de ajudá-lo", afirma.
Protecionismos
Empregadores também podem
tomar alguns cuidados no momento de lidar com os profissionais indicados. Segundo Dobroy,
é importante analisar primeiramente quem fez a recomendação.
Além disso, alimentar essa "fonte" com informações sobre o tipo
de profissional desejado ajuda a
reduzir riscos. "Muitas empresas
lembram apenas as competências
técnicas e esquecem que aquela
pessoa deve ter um perfil condizente com a filosofia da organização e com o estilo de trabalho dos
demais funcionários", avalia.
E por fim: mesmo com indicações, o processo seletivo deve ser
conduzido com ética para que o
futuro contratado mostre que
conseguiu a vaga desejada pelos
seus seus próprios méritos.
(IC)
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