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São Paulo, domingo, 23 de fevereiro de 2003

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LICENÇA-MATERNIDADE

Mãe brasileira tem benefício acima da média

TATIANA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Na delicada conciliação de carreira e maternidade, as mulheres brasileiras fazem parte do grupo de empregadas mais privilegiadas do mundo. A conclusão é parte de um estudo da Mercer Human Resource Consulting, que analisou condições de trabalho e benefícios em 60 países.
Ao comparar a prática da licença-maternidade em 34 nações, o Brasil figura como segundo colocado nos rankings de remuneração semanal e benefício total dados à profissional após o nascimento de um filho (veja ao lado).
Além disso, o período de 24 semanas (120 dias) concedido por lei às contratadas brasileiras faz com que o país ocupe o nono lugar da lista de tempo disponível às funcionárias que se tornam mães.
Perde para Suécia e Austrália, entre outros, onde, apesar de o tempo de afastamento ser maior (96 e 52 semanas, respectivamente), a prática de remuneração deixa a desejar quando comparada ao salário integral garantido pela Previdência Social brasileira.
Na Suécia, por exemplo, a remuneração é reduzida ao longo das 96 semanas de licença. Já a legislação australiana não prevê qualquer tipo de pagamento durante a licença-maternidade.
O estudo indica ainda que a variação de práticas está diretamente relacionada à cultura dos diversos países. Segundo Cristian Matos, 32, da Mercer, "os países com um bom período de afastamento e que não alteram os rendimentos são os mais interessantes".
Nesse caso, entre as 34 nações estudadas, o Brasil é o segundo em número de semanas com remuneração integral (24 semanas com 100% do salário), perdendo apenas para a Noruega, que mantém 100% dos rendimentos durante 42 semanas de afastamento.
Na opinião de Tadeu Coelho, 43, coordenador geral do Centro de Solidariedade ao Trabalhador, o benefício concedido às funcionárias brasileiras não deve ser encarado como "mordomia".
"É fruto do empenho delas. Hoje as mulheres buscam mais qualificação e estão entre os funcionários mais dedicados. Apesar disso, ainda ganham menos do que colegas do sexo masculino", diz.



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