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CARREIRA EM PÉ DE GUERRA
Turismo internacional pode demitir 3 mi
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O turismo internacional será
um dos setores mais prejudicados, segundo os analistas. De
acordo com uma pesquisa feita
em 161 países pelo World Travel
& Tourism Council (WTTC)
-um dos principais órgãos do
turismo internacional-, uma
guerra prolongada pode causar o
fechamento de mais de 3 milhões
de postos de trabalho na indústria
de viagens e turismo no mundo,
além de causar um prejuízo de
cerca de US$ 30 bilhões em 2003.
As empresas aéreas norte-americanas no Brasil já vinham demitindo desde setembro de 2001 e
mantiveram o ritmo nos primeiros meses deste ano. A Delta Airlines admite que há um plano de
contingência preparado para o
caso de a guerra se prolongar por
mais tempo, mas não divulga detalhes por questão de segurança.
Parado
"Parou tudo, está todo mundo
na expectativa do que vai acontecer", afirma Jefferson Cavalcanti,
gestor de call-center do pool de
agências de turismo corporativo
G-8. "Houve uma paralisação de
investimentos da ordem de 50% a
60% nos negócios", calcula.
O Fórum das Agências de Viagens Especializadas em Contas
Comerciais (Favec) estima que o
conflito no Iraque deverá causar
queda de 15% no movimento do
turismo de negócios, em comparação com o mesmo período do
ano passado. Para um cenário
considerado "catastrófico", em
que a guerra se prolongue demais,
a previsão é de queda de 50%.
O mercado nacional também
deverá sofrer uma retração de
20% nas emissões internacionais
(envio de passageiros para o exterior), prevê a Abav (Associação
Brasileira das Agências de Viagem). Segundo Leonel Rossi, diretor de assuntos internacionais
da entidade, no entanto, o turismo interno será beneficiado.
"No ano passado já houve um
aumento de 15% nas vendas, por
causa da desvalorização do real
diante do dólar. A tendência é
continuar aumentando", afirma.
Ricardo de Almeida Prado Xavier, presidente da Manager Assessoria em Recursos Humanos,
concorda. "Essa indústria [do turismo] é bastante dinâmica e pode superar boa parte dos problemas promovendo o turismo interno em países ou regiões fora
das áreas em conflito", afirma.
Para Amauri Caldeira, presidente da Abav-São Paulo (responsável por cerca de 50% do
mercado emissivo do país), esta é
a hora de as agências incentivarem mais o turismo interno.
"Os agentes sempre estão à procura de formas para se adaptar ao
mercado. O Brasil já melhorou
muito em termos de estrutura",
diz. Segundo ele, há dez anos, de
cada 100 passageiros, 70 viajavam
para o exterior, e 30, internamente. Hoje a proporção se inverteu.
"A atual turbulência vai potencializar esse quadro."
(RGV)
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