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CARREIRA EM PÉ DE GUERRA
Setor de "outplacement" prevê crescimento
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Consultorias especializadas em
"outplacement" -que envolve
do planejamento de demissões à
recolocação dos demitidos no
mercado de trabalho- apostam
no aumento da procura pelo serviço, apesar da guerra no Iraque.
Consultores ouvidos pela Folha
dizem que não esperam grandes
alterações em consequência da
guerra e trabalham com a perspectiva de crescimento do setor
em razão de "demissões estratégicas" -feitas para aumentar a
produtividade, não necessariamente para cortar custos.
Segundo o consultor Laerte
Cordeiro, conselheiro da Aparh
(Associação Paulista de Administração de Recursos Humanos),
embora mais empresas estejam
investindo em "outplacement" ao
fazerem grandes cortes, é comum
que, quando querem de fato reduzir custos, também evitem gastar
com a recolocação.
"Apesar da guerra, que cria indefinição, a aposta é que as empresas, para escapar da crise, façam substituições em seus quadros para melhorar o desempenho. É aí que nós entramos."
Gilberto Guimarães, diretor da
BPI no Brasil, explica que o grande mercado das consultorias desse tipo são as empresas que estão
mudando seu perfil, participando
de fusões e se reestruturando.
"Quando é feita uma mudança,
podemos dizer que há os que
caem do caminhão de transporte.
Nós aprendemos a recolocá-los."
Essas "mudanças", de acordo
com Guimarães, fazem parte de
um processo de encolhimento da
estrutura do mercado, por isso
uma guerra não faria grandes estragos no setor. "É transformação
estrutural, não conjuntural."
Os consultores citam o exemplo
das companhias aéreas TAM e
Varig, que anunciaram um projeto de fusão. Para eles, isso significa um só presidente, menos diretores e mercado para recolocação.
"Valores de impostos são capazes de produzir efeitos maiores
nesse mercado do que uma guerra", declara Márcio Miranda, diretor-executivo do grupo Towsend na América Latina.
Salário
É comum que o serviço de outplacement seja remunerado pelo
valor de um salário do empregado
demitido, sobretudo se ele for um
executivo. "O custo é muito baixo
para a empresa, com um benefício muito grande", diz Miranda.
Segundo os consultores, empresas também estão começando a
investir na recolocação de funcionários que ocupam cargos técnicos, sobretudo quando demitem
muitas pessoas de uma vez. Nesse
caso, outro preço é combinado.
(BRUNO LIMA)
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