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FATOR MULHER
Aliar família e profissão envolve risco
MARIÁ GIULIESE
ESPECIAL PARA A FOLHA
As mulheres cresceram, evoluíram e descobriram que podiam competir no mercado de trabalho, ganhar respeito e independência, sair da tutela do homem, ter vida própria e estabelecer relações de parceria e de igualdade.
Mas, como toda evolução pressupõe frustrações e perdas, foi preciso pagar um preço. Não se trata de dúvida ou dilema entre carreira e família. Trata-se de acrescentar funções às existentes: a de filha, a de mulher e a de mãe.
Dúvidas como "é possível conciliar família e carreira?", "do que se pode abrir mão?" e "qual é o melhor momento?" permeiam a vida das mulheres e devem ser respondidas a cada passo.
A dedicação excessiva ao trabalho e a busca desmesurada do sucesso cegam a mulher para a vida familiar e acarretam estresse, hipertensão, infarto, alcoolismo.
Por outro lado, a negação das necessidades intelectuais, de construir uma carreira, e a excessiva dedicação à família limitam, fragilizam e frustram. O crescimento implica preparar-se para administrar cada vez mais problemas. É preciso definir prioridades, fixar limites e dizer "não".
A maternidade, por exemplo, só pode ser postergada até certa idade. Então, é preciso saber qual é o tempo de ser mãe. E, nesse caso, estar preparada para interromper temporariamente a corrida profissional. Mesmo que a interrupção não seja prolongada, é possível que ocorra demissão.
Escolher, apostar, correr o risco, administrar a realidade das diversas funções é a saída. É preciso saber qual é o tempo de ser mãe e o tempo de trabalhar.
A experiência do casamento e da maternidade é fator fundamental para o desenvolvimento da mulher e, certamente, contribui para fazer dela uma profissional melhor. Empresas e empresários deveriam saber disso.
Mariá Giuliese, 54, é diretora-executiva da consultoria Lens & Minarelli
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