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MALES DO TRABALHO
Depressão, Dort e estresse rondam o novo século
MARILDA NOVAES LIPP
ESPECIAL PARA A FOLHA
Nós nos confrontamos hoje com os males do trabalho
moderno. O século 20 ficou
conhecido como o "século do estresse". Embora mal estejamos
iniciando um novo, algumas
doenças já aparecem como candidatas a marcar o exercício do trabalho desta época, especificamente depressão e Dort (Distúrbios
Osteomusculares Relacionados
ao Trabalho), além do estresse
ocupacional, que causa prejuízo
de mais de US$ 100 milhões ao
ano às companhias.
A depressão dentro das empresas está aumentando consideravelmente, o que pode ser uma
consequência do estresse excessivo, continuado por períodos longos. Estima-se que a prevalência
de depressão no trabalho seja tão
alta quanto a do estresse patológico, que aflige cerca de 20% dos
funcionários de todos os níveis.
A depressão é caracterizada por
desânimo, inabilidade de pensar
claramente, falta de apetite, insônia, desinteresse pelo trabalho e,
em alguns casos, pensamentos
suicidas. Esses sintomas também
fazem parte do quadro sintomatológico do estresse excessivo. O
funcionário depressivo ou estressado não pode ser plenamente
produtivo e, muito menos, feliz.
O estresse envolve, além da depressão, sintomas físicos e também ansiedade. Se a pessoa não
consegue por si mesma sair da depressão ou controlar o seu estresse ocupacional, é importante que
procure a ajuda de um psicólogo,
pois o tratamento farmacológico,
embora muitas vezes essencial,
nem sempre é suficiente.
O treino de controle do estresse
(TCS), baseado em conceitos cognitivo-comportamentais, que lida
com os pensamentos estressantes
e negativos, é o método de escolha
para o estresse e a depressão
oriunda de tensões excessivas.
O TCS envolve alimentação rica
em verduras, legumes e frutas,
exercício físico por 30 minutos
três vezes por semana, relaxamento e estratégias de manejo
do estresse, que incluem: conhecer o seu limite e respeitá-lo; saber
administrar o seu tempo e respeitar as suas prioridades.
É importante separar o mundo
profissional do pessoal nas horas
de lazer, usar técnicas de resolução de problemas, em vez de se
deter excessivamente nas emoções que certas situações criam;
escutar as mensagens de cansaço
que o corpo envia; cultivar amizades, dar e receber apoio social e
saber que se é pura e simplesmente um ser humano, que falha e
corrige e que pode atingir o sucesso mesmo não sendo perfeito.
Marilda Novaes Lipp é diretora do
Centro Psicológico de Controle do Stress
e professora da PUC-Campinas
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