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BENEFÍCIOS
80% preferem dinheiro como incentivo
DA REDAÇÃO
A perspectiva de bater as metas
e receber como prêmio uma viagem internacional ou um DVD
agrada, mas as estações "empresa" e "funcionário" nem sempre
estão em perfeita sintonia.
Levantamento realizado em
maio pela Sim Incentive, que atua
com marketing de reconhecimento, aponta que 80% dos 6.500
entrevistados preferem receber a
premiação em dinheiro. E, por
outro lado, o vil metal não costuma figurar entre as opções das
companhias por não representar
um "troféu" a quem se destacou.
"Estamos na era do livre arbítrio, ninguém quer prêmio imposto nem autoritarismo. Hoje
quem traz resultado tem um perfil mais independente", afirma
Sueli Brusco, diretora-executiva
da Sim Incentive.
E pondera: "A empresa pode
descobrir o que a equipe quer e
transformar o dinheiro num prêmio desejado. Não é o dinheiro
pelo dinheiro, mas o dinheiro pela liberdade de escolha".
Pesquisar os interesses dos funcionários e descobrir como realmente motivá-los pode evitar que
uma boa intenção se transforme
num drama, como enviar a Nova
York, no inverno, alguém que não
fale inglês e adore o verão (caso
contado por um entrevistado).
Em vez de lançar uma campanha e investir numa superviagem
que vá premiar dois funcionários,
a solução pode ser oferecer pacotes mais baratos, mas para um número maior de felizardos.
"A viagem é o presente que mais
marca a pessoa, mas há cuidados
a serem tomados, tentando atingir mais contemplados", diz Andrea Prandini, gerente de marketing da Reed Exhibitions, organizadora da Lacime, feira do setor.
Brusco completa: "A firma tem de
dar atenção ao cliente interno".
Na Cia. Marketing Group, que
planeja ações de incentivo, os pacotes são personalizados. "Geralmente propomos viagem em grupo para haver integração entre os
funcionários. Na escolha do destino, há a preocupação de escolher
um lugar especial, como uma cidade interessante e em que a empresa pensa em investir", diz Sandro Ari Pinto, sócio da firma.
A equipe de vendas de cerca de
400 profissionais da Syngenta
(agribusiness) concorre anualmente a uma viagem. Apesar de
não haver pesquisa interna, a assistente-executiva da diretoria,
Nelcy Lieberg, diz que a tentativa
é propor destinos que possam impressionar. "Mas não trocaríamos
por dinheiro. Nossa intenção é
dar uma viagem que o funcionário realmente gostaria de fazer."
Insatisfeito, há quem aja como a
bancária Neila Carvalho, 27, que,
num emprego antigo, recebia como incentivo bens de consumo e
chegou a vendê-los. "Se fosse algo
que eu já tivesse, vendia. Era uma
chance de fazer dinheiro."
Evento
De olho no segmento, aconteceu, na última semana, em São
Paulo, a primeira Lacime - Exposição de Turismo de Incentivo,
Eventos e Negócios da América
Latina e do Caribe. Os três dias de
evento reuniram 250 expositores
de 22 países, 300 compradores
convidados e aproximadamente
3.000 visitantes.
O mercado de incentivos movimenta, mundialmente, US$ 300
bilhões, segundo cálculos da
EIBTM (Exhibition for Incentive,
Business Travel & Meetings).
Nos Estados Unidos, de acordo
com dados da Incentive Show, feira realizada em Nova York em
maio, os investimentos são de
US$ 133 bilhões, que vão gerar, segundo Pinto, um retorno direto
sobre o volume de vendas.
No Brasil, pesquisa da Ampro
(Associação de Marketing Promocional) mostra que 7% das firmas entrevistadas disseram ter reduzido o orçamento deste ano;
31% aumentaram.
(PAULA LAGO)
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