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Pesquisa sugere criação de pacote flexível
DA REPORTAGEM LOCAL
Agregar flexibilidade à política
de benefícios, permitindo que cada funcionário escolha quais ganhos lhe são mais representativos,
é uma possibilidade para o futuro
das empresas brasileiras.
Representada até agora em apenas 2% das companhias nacionais, a prática já está disseminada
em 89% do mercado norte-americano, de acordo com dados da
Hewitt Associates.
A consultoria divulgou, na semana passada, os resultados de
uma pesquisa feita com 80 empresas atuantes em diversos segmentos da economia brasileira,
sendo a maioria delas (73%) de
capital privado multinacional.
O estudo aponta que assistência
médica (fornecida por 93% das
empresas), seguro de vida
(82,5%) e concessão de automóvel (82%) lideram o ranking dos
mais freqüentes. Já o fornecimento de cesta básica é o menos popular, sendo praticado por apenas
12,5% das entrevistadas.
Na opinião de Thaís Blanco, 31,
responsável pela consultoria de
benefícios da Hewitt, o pacote tradicional do mercado brasileiro
pode estar com os dias contados
devido a sua baixa eficiência. "Esse modelo foi pensado na década
de 70, para uma maioria de funcionários homens, casados e com
filhos", relata ela.
De lá para cá, muita coisa mudou. E, segundo conta Blanco,
cerca de 80% dos colaboradores
declararam que, se pudessem,
mudariam os itens que a empresa
oferece como incentivo simplesmente porque não se sentem tão
beneficiados assim recebendo-os.
"Para um recém-formado, solteiro e sem filhos, ganhar um plano de aposentadoria privada não
é a opção mais interessante. Se ele
recebe outra proposta de emprego, nem chega a considerar isso
como benefício", exemplifica.
Dessa forma, o empresariado
brasileiro tem "investido alto na
direção errada", analisa ela. "Flexibilizando, poderia aproveitar
melhor esse investimento. Gastar
a mesma quantia em pontos que
possam realmente ser percebidos
como diferencial para cada um
dos funcionários", conclui.
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