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SUA CARREIRA
Segmento de animação amadurece no país e oferece oportunidades ligadas à área de publicidade
Animador redesenha mercado de trabalho
EDSON VALENTE
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Animação não é coisa de criança. O mercado de trabalho na área
oferece oportunidades maduras
em diversos segmentos, desde a
criação de peças publicitárias e de
internet até a produção de desenhos animados para a televisão.
Neste mês, no Rio de Janeiro e
em São Paulo, os animadores tiveram uma vitrine para mostrar
seu trabalho: o Anima Mundi, festival com produções do mundo
todo. A 11ª edição, que termina
hoje na capital paulista, apresentou 586 filmes de 39 países.
Cinema, contudo, ainda não é a
grande aposta para esses profissionais no Brasil. "O campo de
atuação é basicamente o publicitário", afirma Arnaldo Galvão, 47,
que atua desde 1990 no ramo.
"Quase não existe produção de
séries de animação para a TV",
avalia. "Muita gente faz esse tipo
de material, mas ele não chega a
ser veiculado pelas emissoras."
"Cerca de 90% do que realizamos vai para o mercado de propaganda", corrobora Silvia Prado,
40, sócia da Cinema Animadores.
Com relação à remuneração,
Galvão conta que os rendimentos
dos animadores "variam muito".
"Normalmente, trabalhamos como temporários. É difícil achar
um emprego fixo", diz. "O pagamento pode ser calculado por
tempo: cerca de R$ 200 por segundo de animação produzido."
Ainda não há graduações universitárias específicas para animadores. A especialidade aparece
como matéria opcional em faculdades de cinema e televisão, mas
existem opções de curso rápido.
Aprender por conta própria,
com a mão na massa ou pinçando
aulas aqui e ali, também consiste
em uma prática usual. Lancast
Mota, 38, há 20 anos na área, é um
dos que se dizem autodidatas.
"Aprendi na marra, com livros e
atuando em estúdio", afirma.
Mas, segundo ele, o mercado
não está muito receptivo agora.
"De dois anos para cá, tenho feito
poucos comerciais. O trabalho
com publicidade está mais escasso, restrito às multinacionais."
Para escapar da crise, há quem
trabalhe por aqui de olho nos
grandes centros de criação em
animação, como os Estados Unidos. Itamar Ferreira, 27, por
exemplo, já preparou um portfólio em inglês. "Conheço muitos
profissionais brasileiros que foram para lá, mas o mercado nacional também está crescendo."
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