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100% AOS 50
Mercado de trabalho mantém preconceitos
DA REPORTAGEM LOCAL
Se a perspectiva para o futuro é
que existam mais vagas destinadas a quem já alcançou a casa dos
50, a realidade atual do mercado
ainda está bem longe disso, e os
profissionais maduros enfrentam
dificuldades para trabalhar.
Uma pesquisa realizada pela
consultoria de RH (recursos humanos) Grupo Catho, em 2001,
com 7.002 executivos com mais
de 40 anos, revelou que existe
relação direta entre restrição à
idade e nível do cargo ocupado.
Entre os diretores ouvidos,
31,5% tinham idade superior a 50
anos. O número caía para 15%
nos postos de supervisão e chegava a apenas 6,4% nos de gerência,
o que indica que profissionais que
não chegam a cargos de diretoria
até os 50 anos têm poucas chances
de continuar na empresa.
"Quanto menor o nível, mais difícil é a colocação do profissional
mais velho", confirma Raquel
Santana Schiavon Sanches, diretora da Talento Consultoria.
Custo
Para Thomas Case, fundador do
Grupo Catho, o custo alto para o
empregador é o principal obstáculo para o trabalho dos cinquentões. "Um executivo de 50 anos
custa 50% a mais do que um de 35
na mesma posição", ilustra.
Como Robert Cricthley, Case
aponta a migração para a área de
consultoria como uma saída viável. "Quem é especialista em algum assunto pode sugerir a prestação de serviço e negociar a remuneração", sugere.
O estudo do Grupo Catho mostra ainda que, considerando executivos com igual desempenho e
remuneração, o escolhido para
ser demitido é o mais velho em
70% dos casos. Outro dado relevante: 11,68% dos profissionais
ouvidos estavam desempregados.
"A política de trocar "um de 40
por dois de 20" existe e é praxe no
mercado brasileiro", diz Case.
John Cymbaum, da Career Center, explica que a idade avançada é
interpretada como sinônimo de
"pouca flexibilidade" pelos empregadores. "Além disso, há uma
percepção generalizada de que o
desempenho profissional começa
a declinar a partir dos 35 anos."
"O preconceito com a contratação de quem é mais velho existe
mesmo, principalmente nas grandes corporações. Profissionais
com esse perfil têm mais chances
em empresas de médio porte e,
eventualmente, no terceiro setor",
diz Raquel Santana Schiavon Sanches, da Talento Consultoria.
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