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Lei deve defender produto nacional
DA REDAÇÃO
Hoje nenhuma série de desenho animado nacional é vista no
país. Porém, um projeto de lei, em
discussão na Câmara dos Deputados, tenta reverter esse quadro.
De autoria do deputado Vicente
Paulo da Silva (PT-SP), o Vicentinho, o projeto estabelece que todas as emissoras de TV (de sinal
aberto ou fechado) incluam em
suas grades um percentual mínimo de produção nacional: de 10%
no primeiro ano de vigência da lei
a 50%, no quinto ano.
Ale McHaddo, professor do Senac-SP, é favorável ao projeto. "A
gente precisa se ver na TV. Eu, por
exemplo, nunca vi uma bigorna
na vida, mas é um elemento mais
que presente em desenhos animados americanos", exemplifica .
Dario Sena, 43, diretor de animação com 20 anos de experiência, também defende a iniciativa.
"Toda a Europa é assim, eles têm
e veiculam sua própria produção.
É positivo e amplia o mercado."
O tema é polêmico. Apesar de
vislumbrar um alto índice de geração de empregos, há quem tenha um pé atrás. "Cada canal vai
querer séries exclusivas, e não temos pessoal para atender a essa
demanda de imediato. Pode virar
uma "guerra de porcaria'", analisa
o animador Walbercy Ribas.
"Não é viável", decreta Clóvis
Vieira, do Instituto Brasileiro de
Cinema Digital. "Enquanto um
capítulo nacional sai por cerca de
R$ 50 mil, um importado custa R$
1.000, já que os custos são diluídos
pela distribuição mundial. A lei
não deveria falar em quantidade,
e sim garantir exibição da produção e fontes de financiamento."
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