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São Paulo, domingo, 30 de novembro de 2003

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INFORMÁTICA

Certificação de empresas de tecnologia é critério de desempate em seleção; entre as áreas, TI e banco de dados têm destaque

Empregador deleta "pirata" do mercado

LUÍS PEREZ
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Para se dar bem na carreira de informática, não basta ser o mais desenvolto dos "micreiros" -termo até antigo para se referir a loucos por computadores.
É preciso saber se comunicar -a máxima do profissional extremamente técnico que sabe fazer, mas não explica como, não existe mais-, diferenciar modismos de fenômenos duradouros e ter muita força de vontade.
Mas uma exigência em especial tem servido como critério de desempate na disputa por uma vaga: a certificação nas empresas de alta tecnologia. Uma espécie de garantia de que, como um software, aquele profissional não é "pirata".
"A maioria das empresas contrata mais, no início da carreira, pela certificação do que pelo curso de graduação que foi feito", diz Luciane Galuppo, 29, gerente de marketing de treinamento e certificação da Microsoft Brasil.
Segundo ela, uma dica é ficar de olho nos sites dessas empresas para verificar quais são os programas de certificação oferecidos.

Sem regulamentação
Como as profissões do setor de informática não são regulamentadas, os profissionais formados na área concorrem com outros, não necessariamente graduados em carreiras de alta tecnologia -o candidato pode ser físico, matemático ou economista.
É necessário, porém, focar em atividades que lhe dêem mais prazer de atuar, pois o campo da informática é cada vez mais amplo e muda praticamente todo dia.
"A gente costuma dizer que é como medicina. Você pode ser cirurgião plástico, pediatra, dermatologista. São opções distintas, com rotinas completamente diferentes", explica Galuppo.

Obsessão
Empresas e meio acadêmico concordam que as áreas mais promissoras são as de tecnologia da informação e banco de dados, aliadas às diferentes formas de abordar o público-alvo. Exemplo: desenvolver sistemas que avisem o passageiro, pelo telefone celular, que seu vôo vai atrasar.
"Pode parecer óbvio, mas desenvolver um sistema para uma fábrica de botas é diferente de fazê-lo para um hospital. Ou seja, é preciso entender o negócio do cliente", afirma Rildo de Oliveira, 33, engenheiro de soluções da 3Com, líder mundial no fornecimento de produtos e de serviços para redes de voz e dados.
"As soluções são completamente diferentes. É mais fácil aprender as novas tecnologias do que vender bem seu produto", define Willian Vargas, 22, estudante do curso Website E-Commerce das Faculdades Radial.
"Convém lembrar que uma obsessão nessa área é a segurança. Um profissional de TI [tecnologia da informação] será bombardeado por questões sobre a segurança do sistema a ser criado", observa o coordenador de pós-graduação da faculdade de ciências exatas e tecnologia do Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), Gilberto Zorello, 46.
Ser um grande comunicador é necessário para entender as estratégias de uma empresa e saber o que o cliente quer, transitando bem entre marketing e vendas. Assim, usa-se o computador para vender mais -e melhor.



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