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DIREITO
Oportunidades surgem em campos novos, como o de delitos eletrônicos; com a reforma, área tributária ganha novo fôlego
Ambiente e internet batem martelo
ANDREA MIRAMONTES
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Ambiental, crimes eletrônicos,
tributário, penal empresarial. As
alternativas para os bacharéis em
direito não passam obrigatoriamente pelas especializações mais
tradicionais, mas as "novatas" já
mostram seu poder de fogo na
hora de seduzir profissionais.
Seja qual for a escolha, o candidato tem de se especializar. "Se,
por um lado, isso restringe o mercado de trabalho, por outro, ele
ganha em diferencial", afirma a
advogada Clemência Wolthers,
sócia-gerente do escritório de advocacia Pinheiro Neto, um dos
maiores do país.
Wolthers aponta a área ambiental como uma das que têm gerado
vagas. O advogado Ricardo Tosto,
40, um dos líderes do escritório
Leite, Tosto e Barros Advogados,
concorda. "Há nichos em que
aposto, como biotecnologia e assuntos ligados ao Protocolo de
Kyoto [redução de emissão de gases causadores do efeito estufa]."
Ainda entre as novidades estão
as questões dos crimes eletrônicos. Desde a aposentadoria, o
procurador de Justiça Eduardo
Melo Silveira, 55, trabalha como
criminalista e atende delitos de informática. "Comecei pela demanda, que cresce muito rápido", diz.
Clássicas
Para o advogado Rui Celso Fragoso, 48, presidente da Comissão
de Ensino Jurídico da OAB-SP
(Ordem dos Advogados do Brasil), algumas áreas clássicas perderam profissionais e hoje podem
ter trabalho à vista. "Os destaques
são direito civil e constitucional."
Dois nichos que tiveram crescimento há alguns anos e que ainda
estão em voga são o direito do
consumidor e a área tributária.
"Tributário é uma aposta a ser
sempre considerada, pois nunca
vai diminuir", defende Orlando
Giacomo Filho, um dos sócios do
Demareste & Almeida, escritório
tradicional paulista que tem mais
de 400 profissionais.
Já o direito do consumidor teve
muita procura logo após a promulgação do Código de Defesa do
Consumidor, em 1991. O professor da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo)
Josué Rios diz que, para atuar na
área, os advogados "têm de entender um pouco de tudo".
Quem prefere a estabilidade ao
balcão do fórum opta por dedicar-se aos concursos públicos. Há
cargos concursados exclusivos do
direito, como promotor de Justiça, procurador, delegado e juiz.
Mas, para passar em um concurso desses, é preciso dedicar-se
aos livros com afinco, pois os inscritos enfrentam de 80 a 100 candidatos por vaga. Segundo Fragoso, da OAB-SP, quem passa começa com salários que variam de
R$ 3.000 a R$ 4.000.
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