|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
COMUNICAÇÃO
No marketing, publicitários fogem da concorrência; comunicação corporativa é alternativa para relações públicas e jornalistas
Candidatos apostam em área errada
LARA SCHULZE
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Comunicadores que sonham
em ser editor, diretor de criação
ou diretor de relações corporativas de multinacional podem estar
investindo em áreas muito concorridas e com poucas chances.
As profissões de jornalista, publicitário e relações públicas apresentam tendências em diferentes
vertentes, não tão almejadas como as descritas acima, mas que
possibilitam um rápido crescimento -de três a cinco anos, segundo profissionais ouvidos pela
Folha- e bons salários.
A busca de transparência nas
empresas e a necessidade de uma
comunicação direta com a sociedade fizeram com que o mercado
de assessoria de imprensa e de relações públicas crescesse: só na cidade de São Paulo já são cerca de
2.000 escritórios.
O diretor de operação da Ricardo Viveiros Oficina de Comunicação, Marco Antônio Said, 48,
diz que uma boa assessoria de imprensa também funciona como
agência de notícia, prestando serviço para a mídia, "daí a importância de ter experiência prévia".
No caso dos profissionais de relações públicas, assessorias e consultorias são campos ainda pouco
explorados no Brasil. De acordo
com o presidente da multinacional Burson Marsteller, Ramiro
Prudêncio, 38, no país há cerca de
cem assessorias com esse perfil no
país, sendo que 50 estão em São
Paulo e outras 50 estão pulverizadas em outras regiões.
Para o diretor do Sinprorp (Sindicato dos Profissionais Liberais
de Relações Públicas) Wilson
Soares, 71, as multinacionais entraram firme no mercado nacional neste ano com a intenção de se
aliar ou comprar empresas já estruturadas. "Dessa forma, surgiram oportunidades de emprego."
Prudêncio explica que a atividade cria uma metodologia de diálogo e proximidade com todos os
que se relacionam com as empresas contratantes desse serviço.
"Criamos um programa de comunicação com o setor público,
com as comunidades envolvidas,
os acionistas e os investidores."
Estagiários têm um salário inicial de R$ 1.500,00 a R$ 2.000,00,
com a chance de chegar à diretoria e ganhar cerca de R$ 10 mil.
Publicidade
A área de criação das agências é
sempre a primeira opção de dez
entre dez publicitários. A carreira
encanta pelo glamour dos eventos, pelas festas e pela visibilidade
que dá ao profissional. Mas a criação não está entre as áreas indicadas para investir atualmente.
O mercado restrito e a grande
oferta de publicitários são as dificuldades principais. Segundo o
vice-presidente de planejamento
e operações da W/Brasil, Ronaldo
Gasparini, 49, as pessoas têm de
perceber que há outras áreas na
publicidade tão importantes e interessantes quanto a criação.
Nos dias atuais, o departamento
de marketing tem ganhado mais
espaço. "Quem não souber trabalhar com marketing não fará um
bom trabalho", afirma o coordenador de pós-graduação da
Umesp (Universidade Metodista
de São Paulo), Luciano Sathler
Rosa Guimarães, 36.
O diretor-executivo do Sindicato Patronal das Agências de Propaganda, Francisco Salles Romeu
de Moraes, 59, concorda com as
possibilidades de carreiras nessa
área. "O marketing está em alta e
ter essa visão soma pontos", diz.
Texto Anterior: Advogado diz que "sorte" o levou a área hoje valorizada Próximo Texto: Comunicação corporativa une as 3 carreiras Índice
|