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Trocar bisturi por escritório requer etapa de ambientação
Médicos que já atuaram na
carreira administrativa indicam
que nem sempre é fácil trocar o
dia-a-dia do consultório pelo
cotidiano do escritório.
Quando deixou de clinicar e
de dar aulas para ser auditor de
contas na Porto Seguro Saúde, o
médico Newton Pizzotti, 43, estranhou ter de cumprir prazos e
orçamentos e receber ordens.
"Foi um choque cultural, mas
com o tempo me acostumei
com a realidade da empresa",
lembra. Depois de se ambientar,
fez cursos de administração
hospitalar, administração de
custos e de contabilidade. "Foi
efetivo para que eu tivesse um
bom embasamento", diz ele,
que hoje é gerente de operações.
O que surgiu apenas como
uma oportunidade para o médico-cirurgião Rubens Mitsuo
Akashi, 42 -uma proposta para trabalhar como auditor-, fez
com que ele trocasse de vez o
bisturi pelas canetas.
Cinco anos depois, com duas
especializações na bagagem
(uma em administração hospitalar e outra em auditoria), ele se
dedica integralmente ao posto
de gerente de custos assistenciais da Medial Saúde. "No início, é preciso se habituar a trabalhar com horário fixo e com um
salário menor, mas gosto da atividade", avalia.
Para ele, o lado humanista do
médico ajuda a não ser radical
como administrador. "O mercado é auspicioso, mas exigente,
especialmente em cargos de supervisão e gerência. A especialização ajuda a entender melhor a
estrutura das organizações e as
diferenças entre as empresas."
Já o ginecologista Tony Piha,
36, experimentou sua vocação
administrativa, mas não conseguiu ficar longe do consultório.
Atuou como auditor de planos
de saúde por dois anos e cursou
um MBA (Master in Business
Administration) em gestão de
saúde por um ano e meio.
"Gostei da experiência por
aprender muitas coisas sobre
outras especialidades e entender
também o lado dos planos de
saúde", diz. "Mas gosto mais de
atuar como médico do que como corregedor."
(BMF)
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