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SAÚDE
auto-ataque
Estudo publicado na revista "Nature Medicine" indica que a pré-eclâmpsia pode ser uma doença auto-imune
DA REPORTAGEM LOCAL
Súbito e intratável
-dois termos que
acompanham o surgimento da pré-eclâm-psia. O problema, caracterizado por hipertensão e excesso de
proteína na urina, pode acometer mulheres durante a gravidez. Quando ocorre, é preciso
agilizar o parto -um risco para
a mãe e o bebê. Mas uma nova
abordagem científica quer
substituir esse quadro por outro: previsível e tratável.
A novidade está em um estudo da Universidade do Texas
(EUA). Divulgado na "Nature
Medicine", ele traz evidências
de que a pré-eclâmpsia pode
ser uma doença auto-imune.
Essas doenças ocorrem
quando o sistema imunológico
(que combate elementos invasores, como vírus) gera auto-anticorpos, que agem contra o
próprio organismo. Segundo os
pesquisadores, na pré-eclâm-psia, é a ação dos auto-anticorpos que gera a hipertensão.
No estudo, foram coletados
anticorpos de grávidas com a
doença. O material foi inoculado em ratas, que tiveram sintomas parecidos. Se o dado for
comprovado em humanos, a
meta é criar métodos de diagnóstico e tratamentos com base na ação dos auto-anticorpos.
A tese é animadora, segundo
a imunologista Silvia Daher,
professora do departamento de
obstetrícia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Mas, para ela, é difícil que a explicação se aplique a todos os
casos. "Tem se pesquisado muito a participação do sistema
imunológico na pré-eclâmpsia,
e esse estudo merece atenção.
Mas não se sabe se esses auto-anticorpos estão presentes
sempre ou só em alguns casos."
A doença, afirma, está relacionada a questões genéticas,
infecciosas e inflamatórias. A
obesidade é um fator de risco.
(AMARÍLIS LAGE)
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