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Queixa com o trânsito dobra em Santana Moradores do bairro são os que mais reclamam de engarrafamentos; Casa Verde e Mandaqui também sofrem DE SÃO PAULOCOLABORAÇÃO PARA A FOLHA Aquela calmaria que embalava Santana nos anos 1950, quando o bairro tinha fazendas e alguns poucos carros circulavam, ficou na lembrança. Dos mais velhos. "Muitas das ruas eram de terra. O Campo de Marte era um sítio", recorda o aposentando Roque Lima, 80. Os tempos são outros mesmo. O bairro hoje é sinônimo de trânsito. Dos 18 distritos da zona norte, Santana é o que mais reclama do tráfego, mostra o Datafolha. A insatisfação ali saltou de 11% para 23% de 2008 para cá. Já a Casa Verde e o Mandaqui tiveram o mesmo aumento, foram de 7% para 17%. Alagoano de coração paulista, Lima diz que pensa muito antes de pegar o carro. "Essa avenida Braz Leme é um horror. Sair no horário de pico significa, na certa, ficar parado no engarrafamento." Ainda de acordo com o levantamento, em toda zona norte, 12% dos moradores consideram que o trânsito é o principal problema do seu bairro. Em 2008, eram 7%. Para o engenheiro de tráfego, Horácio Augusto Figueira, 60, é impossível acabar com o congestionamento de carros sem olhar o transporte coletivo de outro jeito. "Sou a favor da criação de faixas duplas exclusivas para ônibus nas avenidas mais movimentadas", afirma. Coincidentemente, Santana e Mandaqui -que mais reclamam do aumento do trânsito- estão entre os distritos onde mais se usa o carro para ir trabalhar. Essa, inclusive, é outra alta que a pesquisa revela: os moradores da região norte estão utilizando mais o carro para chegar ao trabalho do que no passado. Eram 12% há quatro anos. Agora, são 18%. Apesar disso, o ônibus é o meio mais utilizado (38%), seguido pelas pessoas que vão a pé (32%). "CAIXINHA" Morador da Casa Verde, a 1,5 km do trabalho, o publicitário Marco Caramico, 27, só vai a pé. Não contente, ainda volta e almoça em casa. Ao fim do dia, percorre quase 6 km entre idas e vindas. Além da redução nos gastos, ele ressalta a sensação de liberdade. "Já passo parte da vida num escritório. Se andasse de carro, passaria o dia dentro de uma caixa." Quem mudou radicalmente de vida por causa do excesso de automóveis nas ruas foi a moradora de Santana Carolina D'Andrea, 34, que é personal travel. Até pouco tempo, ela gastava mais de uma hora para ir ao trabalho na av. Paulista. Agora, fica direto em casa. "Não tenho mais o stresse de ficar de olho no horário. Planejo compromissos e meu tempo rende muito mais." A CET diz que já há várias obras na região norte para melhorar o trânsito e que outras estão em fase de implantação. Em Santana está prevista a construção de um túnel entre as avenidas Cruzeiro do Sul e Engenheiro Caetano Álvares. Um trem-bala que ligará Rio, Campinas e São Paulo está nos planos do governo federal. Para 2018. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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