Índice geral Especial
Especial
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Prédios de gosto duvidoso incomodam moradora

Higienópolis está na Consolação, onde 49% dos moradores consideram o distrito muito melhor que outros

OLÍVIA FLORÊNCIA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Por ser reduto de áreas verdes e da arquitetura modernista, com edifícios de nomes consagrados como Rino Levi e João Vilanova Artigas, a moradora Marina Person, 43, não esconde a insatisfação com a nova tendência arquitetônica que começa a tomar conta de Higienópolis, área tradicional de São Paulo.

"Aqui tem cara de bairro. É plano, tem calçadas largas, mas a chegada desses novos prédios de gosto duvidoso e muros altos me incomoda muito", diz a apresentadora.

Higienópolis faz parte da Consolação, que segundo pesquisa do Datafolha tem a maior porcentagem (49%) de moradores que acham que seu bairro é muito melhor que os outros da cidade. Seguido por Santa Cecília, com 22%.

Em 2008, esse número era de 60%. Houve também uma baixa de notas em itens como segurança (de 6,0 para 5,2) ou a não ocorrência de enchente (de 8,7 para 8,2).

Do total, 40% dos entrevistados do centro responderam que o bairro é um pouco melhor que o resto dos bairros da cidade. A porcentagem de moradores que acham que o bairro é muito melhor é 23%.

O problema que mais incomoda Marina é a construção de prédios fechados. Porém reconhece que esse é um defeito de São Paulo e não apenas de Higienópolis.

Prefere chamá-los "prédios alto padrão sem noção", que afirma afastar as pessoas.

"Tinha uma rua aqui perto que era cheia de casinhas e lojinhas agradáveis. Era um lugar com gente com gente o tempo inteiro", conta.

"Uma empreiteira comprou as casas, as derrubou e construiu um prédio que é uma fortaleza. Agora a rua ficou deserta e virou um perigo", reclama.

Como ponto alto, Marina aponta a arquitetura. "Adoro os prédios abertos como o Bretagne, com apartamentos de todos os tamanhos, que faz com que pessoas diferentes vivam no mesmo lugar."

Para ela, a segurança pode ser uma preocupação de todos, mas "isolamento e muro alto não dão isso. Temos que abrir os espaços".

VILA BOA

A advogada Márcia Giamas, 59, mora no edifício Bretagne, em Higienópolis, há mais de 40 anos e não troca o bairro por nada.

"Aqui é um bairro fino, com tudo por perto.", diz. Segundo ela, o fator localidade pesa. "Morar perto do trabalho diminui o tempo no trânsito e o nervosismo. Vivemos numa vila boa dentro de uma megalópole. É maravilhoso."

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.