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Xico Sá O grito de "chupa" A PRAGA do grito de "chupa" nasceu com o futebol, atingiu a vilã Carminha na novela "Avenida Brasil" recentemente e ontem sobrou para os eleitores tucanos em SP. Assim como nas pelejas entre São Paulo e Corinthians, a agressão oral rendeu até cenas de luta livre, como testemunhei no largo Santa Cecília, na região central da cidade. Nada, porém, que a turma do deixa-disso, talvez a nossa instituição nacional mais eficiente, não apazigue. O ambulante Vicente Ferreira ajudou a apartar os brigões. Estava interessado mesmo em vender seu cachorro-quente. Nem esperou o resultado das urnas e devolveu sua carrocinha de comida às ruas -uma das tantas proibições do prefeito Kassab. A travesti Vanessa também se manifestava em uma padaria da Vila Buarque: "Nem tenho nada contra o Serra, mas não aguento mais um dia desse prefeito". O motivo da queixa é o fechamento, quase diário, de hotéis de alta rotatividade da área. O balconista Carlos Marinho trabalharia, na mesma padaria, até as 14h. Estava decidido. Não iria votar. Iria trocar o voto por um churrasco com os amigos no Jardim Damasceno, zona norte. O desinteresse de Carlos, 25, ajudou a engrossar a turma de 20% dos eleitores paulistanos que não compareceram às urnas. Marta Vieira, 32, baiana, havia justificado o voto e estava preocupada com a eleição na sua terra. Vivia a nostalgia do carlismo. "A Bahia só prestava com painho Antonio Carlos." Em pouco tempo, a padaria, esta entidade paulistana, vivia um debate nacional. Palpites para todos os gostos, além das profecias para 2014. Lula, Dilma, Aécio e Eduardo Campos largaram na frente. Ao menos no "databoteco" deste cronista. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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