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Não basta querer crescer, é preciso também planejar
Empresário deve traçar metas e calcular o investimento requerido para expandir; cálculos evitam prejuízos
Ideal é prever cenários favoráveis e negativos para que a companhia não fique exposta a crises inesperadas
Karime Xavier/Folhapress | ||
Diogo Beltran, que teve apoio de consultoria para o planejamento de sua empresa para 2013 |
Na Redalgo, empresa que desenvolve jogos pedagógicos, não é só a confraternização de fim de ano que mobiliza a equipe. A elaboração do planejamento anual também faz o grupo, formado por três funcionários, se reunir em dezembro em torno de um mesmo objetivo: impulsionar os negócios no ano seguinte.
Criada em 2007, a pequena empresa sofreu neste ano os efeitos de um planejamento malsucedido em 2011. De acordo com o empresário Diogo Beltran, 35, o projeto falhou ao prever apenas o crescimento de vendas, deixando de lado gastos com marketing e estratégia.
"Poderia ter colocado os produtos em vários mercados. Não custava nada traduzir os jogos para o espanhol e exportá-los. Teria crescido mais", afirma.
Para o próximo ano, tudo já está organizado. O planejamento -finalizado no início do mês em parceria com uma consultoria- contempla vendas para todos os países da América Latina e a abertura de dois escritórios no exterior: no México e no Canadá.
"O empresário precisa ter humildade para modificar seu planejamento sempre que necessário", diz o empresário, que passou a fazer reuniões semestrais com a equipe para avaliar os próximos passos do negócio.
Como Beltran, micro, pequenos e médios empresários devem redobrar as atenções na hora de realizar o planejamento anual. Na avaliação de Bruno Caetano, diretor do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), um bom projeto não só reduz a mortalidade do negócio como facilita seu crescimento.
De acordo com a entidade, a cada 10 micro e pequenas empresas que abrem as portas no país, 7 conseguem sobreviver aos dois primeiros anos de atividade.
A falta de planejamento, afirma Caetano, é a principal justificativa do índice.
"O maior erro dos empresários é achar que uma boa ideia é suficiente para fazer a companhia crescer. E muitos só enxergam isso quando a empresa fecha as portas."
PREVISÃO DO FUTURO
Prever o próximo ano é importante para que o empresário trace cenários favoráveis e negativos para o negócio, argumenta Marcio Iavelberg, dono da Blue Numbers, consultoria especializada em pequenas e médias empresas.
"Com o planejamento em mãos, fica mais fácil contornar os imprevistos sem prejudicar o faturamento da companhia", diz.
Para evitar "sustos", Ricardo Brito, 27, diretor comercial da Pimpolho Calçados, faz a projeção orçamentária com valores estourados para cima e para baixo. Assim, está pronto para qualquer variação econômica e cambial.
"Já reservei verba para campanhas publicitárias que não foram necessárias e desviamos o recurso para outros setores", diz Brito, que fechou o planejamento anual da empresa há duas semanas.