São Paulo, domingo, 03 de outubro de 2004

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Após ataques, padrinho vira cabo eleitoral

DA REPORTAGEM LOCAL

A campanha do primeiro turno que termina hoje foi marcada por algumas fases, até culminar na opção de Marta Suplicy (PT) e de José Serra (PSDB) de colar a imagem aos "padrinhos" Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin.
A primeira aconteceu logo após o início oficial da campanha, em 6 de julho, quando Marta Suplicy (PT) passou de 20% para a liderança isolada, com 30%, em pesquisa divulgada no início de agosto. Era a época dos "visitadores" do PT -a face mais visível da profissionalização da campanha. Estimados em 4.000, tinham salário mensal para conquistar votos porta a porta, com o objetivo de atingir 2 milhões de lares.
Os ataques entre Marta e José Serra (PSDB) cresceram, a propaganda na TV começou, e chegou a era da "polarização". Com muito mais tempo no horário eleitoral e programas caros e bem produzidos, os dois distanciaram-se de Paulo Maluf (PP) e dos demais candidatos. A pesquisa do dia 26 de agosto confirmou o declínio do ex-prefeito e a tal polarização entre o tucano e a petista.
Depois da confirmação da polarização, o levantamento seguinte captou justamente seus efeitos. Com Maluf fora da disputa, seus eleitores "migraram" para o tucano antes mesmo do primeiro turno, o que explicou a subida de sete pontos de Serra e a estagnação de Marta. A situação virou, e o placar era de 37% a 33%.
Esses números motivaram um dos momentos mais marcantes, que acabou chamado de "discurso do medo" de Marta. Com a influência do marido, Luis Favre, a prefeita transformou um monótono café-da-manhã com empresários na maior agitação da campanha até então. Falou que a vitória de Serra poderia gerar uma "crise". Três dias depois, o Datafolha revelou a vantagem do tucano, e a razão da fala de dias antes.
Com a campanha perto das semanas finais do primeiro turno, chegou a estabilidade. Apesar das movimentações no mundo real, Marta e Serra continuavam onde estavam antes nas pesquisas.
Foi aí que os "padrinhos" entraram em cena. O governador Alckmin (PSDB) já estava há algum tempo na TV para defender Serra, mas foi a aparição do presidente Lula (PT) que trouxe a questão para o centro do debate.
Na inauguração de obra na zona leste, Lula pediu votos a Marta. Recebeu uma enxurrada de críticas, maior até que a chuva que no mesmo dia da inauguração alagou a avenida recém-entregue.
O presidente Lula pediu desculpas, mas manteve o apoio. Alckmin continua engajado na campanha tucana. E é assim que começa, amanhã, o segundo turno. (PDL)

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