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Após ataques, padrinho vira cabo eleitoral
DA REPORTAGEM LOCAL
A campanha do primeiro turno
que termina hoje foi marcada por
algumas fases, até culminar na
opção de Marta Suplicy (PT) e de
José Serra (PSDB) de colar a imagem aos "padrinhos" Luiz Inácio
Lula da Silva e Geraldo Alckmin.
A primeira aconteceu logo após
o início oficial da campanha, em 6
de julho, quando Marta Suplicy
(PT) passou de 20% para a liderança isolada, com 30%, em pesquisa divulgada no início de agosto. Era a época dos "visitadores"
do PT -a face mais visível da
profissionalização da campanha.
Estimados em 4.000, tinham salário mensal para conquistar votos
porta a porta, com o objetivo de
atingir 2 milhões de lares.
Os ataques entre Marta e José
Serra (PSDB) cresceram, a propaganda na TV começou, e chegou a
era da "polarização". Com muito
mais tempo no horário eleitoral e
programas caros e bem produzidos, os dois distanciaram-se de
Paulo Maluf (PP) e dos demais
candidatos. A pesquisa do dia 26
de agosto confirmou o declínio do
ex-prefeito e a tal polarização entre o tucano e a petista.
Depois da confirmação da polarização, o levantamento seguinte
captou justamente seus efeitos.
Com Maluf fora da disputa, seus
eleitores "migraram" para o tucano antes mesmo do primeiro turno, o que explicou a subida de sete
pontos de Serra e a estagnação de
Marta. A situação virou, e o placar
era de 37% a 33%.
Esses números motivaram um
dos momentos mais marcantes,
que acabou chamado de "discurso do medo" de Marta. Com a influência do marido, Luis Favre, a
prefeita transformou um monótono café-da-manhã com empresários na maior agitação da campanha até então. Falou que a vitória de Serra poderia gerar uma
"crise". Três dias depois, o Datafolha revelou a vantagem do tucano, e a razão da fala de dias antes.
Com a campanha perto das semanas finais do primeiro turno,
chegou a estabilidade. Apesar das
movimentações no mundo real,
Marta e Serra continuavam onde
estavam antes nas pesquisas.
Foi aí que os "padrinhos" entraram em cena. O governador Alckmin (PSDB) já estava há algum
tempo na TV para defender Serra,
mas foi a aparição do presidente
Lula (PT) que trouxe a questão
para o centro do debate.
Na inauguração de obra na zona
leste, Lula pediu votos a Marta.
Recebeu uma enxurrada de críticas, maior até que a chuva que no
mesmo dia da inauguração alagou a avenida recém-entregue.
O presidente Lula pediu desculpas, mas manteve o apoio. Alckmin continua engajado na campanha tucana. E é assim que começa, amanhã, o segundo turno.
(PDL)
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