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ELEIÇÕES 2004 / SÃO PAULO
Nos EUA, FHC não participará ativamente da campanha tucana
PSDB diz que preservará tática de não reagir a ataque
Gestão Marta será alvo de Serra no 2º turno
CATIA SEABRA
RICARDO BRANDT
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso passará praticamente todo o mês de outubro nos
Estados Unidos. Segundo tucanos, FHC deverá viajar na terça-feira, voltando ao Brasil às vésperas do segundo turno. A viagem é
um dos sinais de que o comando
de campanha de Serra não quer
embarcar na federalização da eleição no segundo turno.
Para o coordenador-geral da
campanha de Serra, José Henrique Lobo, a exposição de FHC "só
serviria para fomentar um debate
em torno de questões que não estão na pauta da eleição".
E o comando da campanha do
PSDB, diz, não quer "estabelecer
uma comparação que não interessa ao partido". Mas centrar a
discussão no município.
Segundo o deputado Alberto
Goldman, o PSDB quer lançar luz
sobre "as fragilidades da administração e da administradora Marta
Suplicy (PT)" no segundo turno.
O grau do ataque dependerá, no
entanto, do quadro saído hoje das
urnas, do resultado da primeira
pesquisa no segundo turno e,
principalmente, da estratégia
adotada pelo adversário.
Um dos coordenadores da campanha de Serra, o deputado Aloysio Nunes Ferreira resume o estilo
do programa como uma "conjugação de críticas com proposta".
A disposição, diz, é evitar que o
PT nacionalize a campanha, tirando o foco dos problemas municipais. Segundo Aloysio, a tentativa do PT é "poupar a gestão de
Marta". "Mas, como todo o problema é a gestão dessa senhora, o
povo terá que decidir se quer mais
quatro anos ou não. E isso eles
querem escamotear", diz Aloysio.
Amanhã, o comando da campanha de Serra se reunirá para traçar a estratégia para o segundo
turno, depois da análise do mapa
de votação na cidade. Entre os tucanos, a aposta é que, sem os ataques de Paulo Maluf (PP) ou Luiza Erundina (PSB), seja possível o
confronto direto com Marta.
Para Goldman, o "eleitor tem
que saber exatamente quem é
Marta e quem é Serra, do ponto
de vista da capacidade administrativa e da personalidade". Segundo Goldman, esse contraponto fica mais fácil sem Maluf como
"o braço das operações planejadas pelo PT".
"No mano a mano, ela [Marta]
vai ter que responder sobre a ineficiência da prefeitura. Cabe a nós
mostrar a fragilidade da administração e da administradora. O
eleitor precisa saber exatamente
quem é Marta e quem é ele [Serra], do ponto de vista da capacidade administrativa e da personalidade", disse Goldman.
Lobo afirma que, dada a violência das últimas duas semanas, o
PT deverá manter o mesmo padrão de campanha no segundo
turno. Mas a expectativa de um
outro coordenador é que diminua a temperatura da disputa.
Sua avaliação é que o PT não correria o risco de assumir a paternidade de ataques como o do suposto calote recebido por um deficiente físico na campanha presidencial de 2002 -acusação veiculada no programa do candidato Paulo Maluf (PP) e em outdoors e panfletos apócrifos.
Segundo esse tucano, o PT tomará mais cuidado porque "não
há mais línguas de aluguel".
No PSDB, o discurso se repete:
em time que está ganhando não
se mexe. Por isso, o partido vai
preservar, num primeiro momento, a atual estratégia, não radicalizar nem reagir a qualquer tipo de ataque.
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