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ELEIÇÕES / HORA DO VOTO
Mais de 119 milhões de eleitores devem votar hoje em 5.562 municípios
PT e PSDB disputam capitais e a hegemonia política do país
DA REDAÇÃO
Em uma eleição marcada pela polarização entre PT e
PSDB nos grandes centros, 119.821.569 eleitores devem
comparecer hoje às urnas em 5.562 municípios do país.
Os petistas, que retomaram o fôlego nas últimas semanas, têm chance de eleger prefeitos em 11 capitais. Já os
tucanos disputam com chance em outras oito. Mais do
que a hegemonia dos dois partidos, esta eleição também
retrata o declínio de outras duas importantes legendas: o
PFL só lidera em três capitais e o PMDB, em duas. José
Sarney (PMDB), Antonio Carlos Magalhães (PFL) e Ciro
Gomes (PPS) podem ver seus candidatos derrotados. Na
segunda eleição com possibilidade de reeleição, cerca de
57,5% dos candidatos não têm curso superior. A expectativa é que até a meia-noite de hoje 90% dos votos de todo o país já estarão apurados. Das 68 cidades em que pode haver segundo turno em 31 de outubro, 21 devem decidir o pleito hoje.
FERNANDO RODRIGUES
EM SÃO PAULO
Desanimado no início da campanha, o PT chega ao primeiro
turno das eleições municipais
com chance de manter e até de
ampliar seu número de capitais.
De acordo com as últimas pesquisas disponíveis, a sigla do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
tem candidatos competitivos em
11 das 26 capitais. Hoje, tem os
prefeitos de oito dessas cidades.
É competitivo o candidato que
está em primeiro lugar ou em segundo, mas empatado com quem
está na frente, dentro da margem
de erro das pesquisas de opinião.
Por esse critério, o PSDB, principal adversário petista nos grandes
centros, está disputando para valer oito capitais de Estado.
O que mais chamou a atenção
no desempenho petista foi a recuperação esboçada por alguns de
seus candidatos. Três capitais se
destacam: Macapá (AP), Salvador
(BA) e Vitória (ES). Nelas, os candidatos petistas passaram a maior
parte da campanha atrás nas pesquisas. Na semana passada, todos
já apareciam com chances.
Os petistas podem faturar quatro capitais já no primeiro turno:
Belo Horizonte (MG), Recife
(PE), Aracaju (SE) e Palmas (TO)
-essa última não tem segundo
turno por ter menos de 200 mil
eleitores. O secretário-geral do
PT, Silvio Pereira, faz uma avaliação otimista: "Ficaremos perto de
500 prefeitos e uns 15 milhões de
votos para nossos candidatos".
Em 2000, o partido elegeu 187 prefeitos -11,9 milhões de votos.
O PSDB é a agremiação que
mais ameaça o PT nos grandes
centros urbanos. Deve ganhar hoje Teresina (PI), capital que já governa. Também disputará com
chances outras sete capitais.
A conquista de capitais tem relevância para a estruturação das
siglas com aspirações nacionais.
Os prefeitos de capitais, quando
fazem boas administrações, tornam-se cabos eleitorais nas disputas pelos governos estaduais e
Presidência da República.
Fora o PT e o PSDB, os outros
partidos estão em posição de menos destaque nas eleições de capitais. Duas siglas pequenas, PSB e
PDT, têm chances em quatro cidades. O PFL, que tenta ser um
dos comandantes da oposição ao
governo Lula, aparece como competitivo em só três capitais, sendo
uma delas o Rio, com César Maia.
O PMDB continua sua trajetória
rumo ao interior. Detém hoje
duas capitais -Campo Grande
(MS) e Fortaleza (CE)- e só aparece com chances de vitória em
duas -mantendo Campo Grande e ganhando Goiânia (GO),
com o ex-governador daquele Estado Iris Rezende.
O PC do B, que tem dois ministros e sonhava com a conquista de
Inácio Arruda, em Fortaleza, não
tem mais certeza de que seu candidato passará ao segundo turno.
Ao todo, os partidos que hoje
apóiam Lula no plano federal têm
21 candidatos competitivos nas
disputas pelas capitais (primeiros
lugares e segundos empatados
com os primeiros). As siglas de
oposição contam com 15 candidatos com chances nas capitais.
Como as pesquisas disponíveis
têm, em grande parte, margens de
erro de 4 a 5 pontos percentuais,
não é possível prever o resultado
em várias capitais. Em Florianópolis (SC), três candidatos estão
na reta final -segundo a última
pesquisa Ibope, realizada de 1 a 2
de outubro, com margem de erro
de 3,5 pontos percentuais.
Na capital de Santa Catarina, diz
a pesquisa do Ibope, Dário Berger
(PSDB) estava com 38%, Francisco de Assis (PP) tinha 21%, Sérgio
Grando (PPS) registrava 14%. Todos, considerada a margem de erro, têm chances de ir ao segundo
turno.
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