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ELEIÇÕES / BELO HORIZONTE
Provável vitória hoje de prefeito conduzirá o PT a 16 anos de poder
Petista já ensaia retomar boa convivência com o tucano Aécio
Favorito, Pimentel cobra mais espaço no PT
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Fernando Pimentel (PT), 53, deverá ser reeleito hoje no primeiro
turno prefeito de Belo Horizonte
com a expressiva marca de 1 milhão de votos (60% do total, conforme indicam as pesquisas) e
usará a vitória para cobrar um espaço adequado na vitrine do PT
nacional. Essa posição ele marcará já a partir de amanhã, no encontro que terá com o presidente
Lula, em Brasília.
Se confirmados os números dos
levantamentos, a votação de Pimentel será a maior, em números
absolutos e em percentuais, já alcançada por um prefeito da capital mineira no primeiro turno.
Da forma como se desenha, a vitória petista poderá marcar também a maior derrota do governador Aécio Neves (PSDB) nas eleições municipais em Minas Gerais,
embora isso não o coloque em
confronto com o PT.
Críticas eleitorais à parte, o
pragmatismo administrativo deverá continuar sustentando a boa
convivência entre Lula, Aécio e o
prefeito Pimentel.
Aécio foi o principal articulador
da chapa do deputado estadual
João Leite (PSB), que mais rivalizou com o PT na disputa. Apesar
de ter o PMDB como vice, o apoio
dos tucanos e o engajamento do
governador na sua campanha,
Leite vem sofrendo quedas nas intenções de voto desde que a disputa no rádio e na TV teve início.
Roberto Brant (PFL) não cresceu,
só Pimentel se beneficiou.
Os tucanos, que assumiram a
coordenação da campanha de
Leite, tentam, há duas semanas,
minimizar o efeito da virtual derrota, de forma a fortalecer o projeto político estadual de Aécio. Em
contraposição ao resultado na capital, eles repetem o que o próprio
governador disse publicamente:
os aliados do governo de Minas
vão vencer em pelo menos 80%
dos municípios do Estado.
Bem articulado politicamente
com os governos estadual e mineiro, Pimentel conduz o PT para
16 anos de comando na administração de Belo Horizonte -parte
desse tempo dividindo a gestão
com a ala do PSB que faz oposição
a Leite. Ele já anunciou que, encerrada a eleição, passará uma
"borracha" nas críticas tucanas e
retomará a sua boa convivência.
"Gosto muito do governador,
sou muito amigo dele e vamos
continuar assim. É um exemplo
que estamos dando para o Brasil",
disse o prefeito, que, com a convivência com Aécio, começou a defender a descentralização do poder paulista no PT, como o governador faz em relação ao PSDB
desde que foi eleito em 2002.
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