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PORTO ALEGRE
Bipolarização entre petistas e antipetistas deve ir para segundo turno
PT busca ciclo de 20 anos na capital gaúcha
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Porto Alegre começa a decidir
hoje se o PT completará 20 anos à
frente da prefeitura da capital
gaúcha, em uma espécie de plebiscito. A cidade, que os petistas
administram há 16 anos seguidos,
já foi definida pelo jornal francês
""Le Monde" como ""a Meca da esquerda latino-americana".
É praticamente certo, porém,
que a bipolarização de forças dos
petistas contra os antipetistas leve
as eleições para um segundo turno, entre o ex-prefeito Raul Pont
(1997-2000), do PT, e o ex-senador José Fogaça (PPS).
Os debates e programas eleitorais terminaram com duas características marcantes: ausência de
grandes polêmicas e campanhas
propositivas, especialmente em
relação às áreas da educação (críticas ao programa de ciclos), segurança (aumento do policiamento) e saúde (mais postos).
O motivo: as oposições procuram dizer que vão melhorar ainda
mais o que já vai bem. Trata-se de
estratégia. Há dois anos, tanto o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto o governador gaúcho,
Germano Rigotto (PMDB), elegeram-se evitando o confronto. É a
tática ""paz e amor".
As pesquisas mais recentes
mostravam a consolidação desse
quadro, no qual Fogaça aglutinará todos os demais candidatos no
segundo turno, menos Beto Albuquerque (PSB), contra Pont.
Contra o PT, contam alguns fatores como o desgaste gerado por
ser governo (a administração municipal, o Estado na gestão anterior e a própria Presidência da República) e a falta de margem para
coligações.
A favor, há a divisão das oposições no primeiro turno, o crescimento econômico, acertos na
prefeitura e um cenário político
interno no partido que há muito
não se via: não houve prévia para
definição do candidato a prefeito
de Porto Alegre.
A alternativa da oposição ao PT
é dizer que o que está sendo feito
pode ser aprimorado. As críticas
estão contidas, e são feitos elogios
à prefeitura, normalmente com a
ressalva de que o que é bom pode
ficar ainda melhor.
"Estamos nos apresentando
com a visão de quem quer mudar
o que é preciso mudar", repetiu
Fogaça, no último debate exibido
na televisão.
No caso do orçamento participativo (uma das principais vitrines petistas), por exemplo, os
oposicionistas falam em mantê-lo, mas, de alguma forma, ampliá-lo. Torná-lo mais democrático.
Pont, por sua vez, faz o óbvio:
"Prestamos contas do que fizemos em Porto Alegre nesses 16
anos", afirma.
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