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INVESTIMENTOS
No longo prazo, investir parcela pequena do salário é sinônimo de altos ganhos
Disciplina aumenta rendimentos
FREE-LANCE PARA A FOLHA
No longo prazo, a diferença entre ser ou não ser milionário pode
estar nos detalhes. Para aumentar
os rendimentos sem precisar trabalhar mais -e ainda garantir
uma aposentadoria gorda-, a recomendação dos especialistas é
unânime: invista.
Um carro que vale R$ 20 mil,
por exemplo, custa cerca de
R$ 485 mensais, entre combustível, impostos, depreciação e manutenção. Se colocada numa aplicação financeira que renda 0,5%
de juros reais por mês, a quantia
daria, em dez anos R$ 79.481. Em
40 anos, quase R$ 1 milhão:
R$ 965.873 (já descontadas as despesas com transporte público).
O cálculo é do economista Mauro Halfeld, pós-doutor pelo MIT
(Massachusetts Institute of Technology). "As pessoas não estão
acostumadas a guardar, e o ideal é
um depósito programado. Reserve a quantia no primeiro dia do
pagamento. Tem de fazer como o
Imposto de Renda: reter na fonte.
Se deixar para o final do mês, não
sobra", avisa Halfeld.
Para José Roberto de Araújo
Cunha, 51, vice-presidente do Sindicato dos Economistas e diretor
da Ordem dos Economistas do
Estado de São Paulo, a opção mais
indicada de início é a previdência
privada. "É algo que dá retorno
no futuro, e, com a previdência, a
pessoa assume o compromisso do
depósito. Também ajuda na hora
do Imposto de Renda, pois o plano é dedutível."
Personalidade
A decisão de investimento também pode ser pautada pela identificação do tipo de investidor.
"Costumo dividir em cinco categorias: de conservador a agressivo. Quanto mais agressivo, mais
risco de perda assume nas aplicações. No entanto, a possibilidade
de melhor rentabilidade é maior",
diz Gregório Mancebo Rodrigues,
50, vice-presidente da Animec
(Associação Nacional de Investidores do Mercado de Capitais).
Os mais conservadores ficam
mesmo na caderneta de poupança, investimento que não foi indicado por nenhum dos especialistas consultados pela Folha.
"Você só guarda, não ganha. Ela
rende 6% ao ano, e a inflação prevista também é de 6%, ou seja, o
lucro é zero", diz Rodrigues.
Já as ações são um tipo imprevisível de aplicação. No ano passado, o Ibovespa rendeu 97%. Em
abril passado, foram -10%. Por isso, há quem aconselhe cautela.
"Assalariado não deve arriscar.
Não recomendo investimento direto na Bolsa, só se assessorado
pelos bancos e boas corretoras",
diz Cunha.
(ANDREA MIRAMONTES)
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