São Paulo, domingo, 06 de junho de 2004

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INVESTIMENTOS

No longo prazo, investir parcela pequena do salário é sinônimo de altos ganhos

Disciplina aumenta rendimentos

FREE-LANCE PARA A FOLHA

No longo prazo, a diferença entre ser ou não ser milionário pode estar nos detalhes. Para aumentar os rendimentos sem precisar trabalhar mais -e ainda garantir uma aposentadoria gorda-, a recomendação dos especialistas é unânime: invista.
Um carro que vale R$ 20 mil, por exemplo, custa cerca de R$ 485 mensais, entre combustível, impostos, depreciação e manutenção. Se colocada numa aplicação financeira que renda 0,5% de juros reais por mês, a quantia daria, em dez anos R$ 79.481. Em 40 anos, quase R$ 1 milhão: R$ 965.873 (já descontadas as despesas com transporte público).
O cálculo é do economista Mauro Halfeld, pós-doutor pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology). "As pessoas não estão acostumadas a guardar, e o ideal é um depósito programado. Reserve a quantia no primeiro dia do pagamento. Tem de fazer como o Imposto de Renda: reter na fonte. Se deixar para o final do mês, não sobra", avisa Halfeld.
Para José Roberto de Araújo Cunha, 51, vice-presidente do Sindicato dos Economistas e diretor da Ordem dos Economistas do Estado de São Paulo, a opção mais indicada de início é a previdência privada. "É algo que dá retorno no futuro, e, com a previdência, a pessoa assume o compromisso do depósito. Também ajuda na hora do Imposto de Renda, pois o plano é dedutível."

Personalidade
A decisão de investimento também pode ser pautada pela identificação do tipo de investidor.
"Costumo dividir em cinco categorias: de conservador a agressivo. Quanto mais agressivo, mais risco de perda assume nas aplicações. No entanto, a possibilidade de melhor rentabilidade é maior", diz Gregório Mancebo Rodrigues, 50, vice-presidente da Animec (Associação Nacional de Investidores do Mercado de Capitais).
Os mais conservadores ficam mesmo na caderneta de poupança, investimento que não foi indicado por nenhum dos especialistas consultados pela Folha.
"Você só guarda, não ganha. Ela rende 6% ao ano, e a inflação prevista também é de 6%, ou seja, o lucro é zero", diz Rodrigues.
Já as ações são um tipo imprevisível de aplicação. No ano passado, o Ibovespa rendeu 97%. Em abril passado, foram -10%. Por isso, há quem aconselhe cautela. "Assalariado não deve arriscar. Não recomendo investimento direto na Bolsa, só se assessorado pelos bancos e boas corretoras", diz Cunha. (ANDREA MIRAMONTES)


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