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Viagem de 52 dias do kasato maru foi registrada em diário
ENVIADO ESPECIAL A BASTOS
Uma caderneta de 12 cm de
altura por 6 cm de largura guarda os segredos dos 52 dias de
viagem da primeira caravana
oficial de japoneses que chegou
ao porto de Santos há cem anos,
em 18 de junho de 1908.
Esquecido por 90 anos no
baú da viúva de Ryu Mizuno, o
diário de bordo do Kasato Maru revela o dia-a-dia no mar,
numa jornada que teve de tentativa de homicídio a invasão
dos aposentos das mulheres.
Escrito em kanji, os ideogramas, e em hiragana e katakana,
os silabários, o livro é de difícil
leitura. Professor da USP, Masato Ninomiya, tradutor do imperador japonês para o Brasil,
fez o trabalho de interpretação
do diário para a Folha.
Hoje, a caderneta está no
acervo do Museu Histórico Regional Saburo Yamanaka, em
Bastos (536 km de São Paulo),
mas não está exposto por questões de conservação.
Dos 781 passageiros que embarcaram no Kasato Maru, 532
eram alfabetizados. Traziam
na bagagem frascos de conserva e travesseiros de bambu.
Todos já morreram. A última
representante do grupo, Tomi
Nakagawa, morreu em 2006, a
4 dias de completar cem anos.
O Kasato Maru era um navio
de guerra russo, utilizado em
batalhas contra o Japão. Vencedores, os japoneses transformaram o navio para o transporte de passageiros.
Na volta do Brasil foi reformado para navio de carga. Voltou às operações de combate
na Segunda Guerra. Foi afundado em 9 de agosto de 1945,
depois de ser bombardeado no
mar de Bering.
(VQG)
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