|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MEDICINA
Robôs são parceiros do médico na sala de cirurgia
Máquina faz intervenções mais precisas; 1º curso do país para quem quer se especializar está previsto para este mês
RENATA DE GASPARI VALDEJÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A tecnologia não substitui o
médico, mas provoca reviravoltas em sua carreira. Robôs já
auxiliam em cirurgias, que
também podem ser monitoradas a distância com a ajuda da
telemedicina -união de recursos tecnológicos de ponta com
a telecomunicação.
A cirurgia robótica é um
avanço da intervenção minimamente invasiva, a laparoscopia, e hoje é usada principalmente em urologia (câncer de
próstata), em ginecologia (endometriose) e na cirurgia bariátrica (para a obesidade).
A técnica permite cortes menores e movimentos mais precisos do cirurgião, tornando a
recuperação do paciente menos dolorosa e mais rápida.
"Para alguns especialistas,
não estudar robótica vai significar não fazer cirurgia", afirma
Paulo Chapchap, superintendente de desenvolvimento do
hospital Sírio-Libanês, que fez
neste ano a primeira cirurgia
usando um robô no Brasil.
Trata-se do Da Vinci, equipamento com quatro "braços"
que carregam uma câmera e vários instrumentos cirúrgicos. O
cirurgião comanda os "braços"
a partir de um console e visualiza o local da operação numa tela de vídeo com imagens aumentadas e em 3D.
No futuro, Chapchap crê que
o Da Vinci também será usado
em maior escala na retirada de
tumores e na cardiologia.
Como a robótica médica é recente no Brasil, os profissionais
costumam buscar especialização no exterior, principalmente nos Estados Unidos.
Por aqui, o Sírio-Libanês
pretende inaugurar em breve o
seu Centro de Desenvolvimento e Treinamento em Cirurgia
Robótica, o primeiro da América Latina, e treinar 450 médicos até o fim deste ano.
Para dar início às aulas, o
hospital espera a chegada de
um segundo robô -a idéia é
que, no futuro, a robótica seja
incluída nas residências.
"[O Da Vinci] não vai substituir toda a cirurgia, mas, sem
dúvida, será um grande avanço
para alguns pacientes", afirma
Chapchap. "Já é a melhor técnica para o tratamento de câncer de próstata", diz ele.
A distância
Já no caso da telemedicina,
avanços como os da televisão a
cabo e digital e a banda larga estão se mostrando cruciais.
"A tecnologia está provocando a reengenharia da saúde",
diz Chao Lung Wen, coordenador do Núcleo de Telemedicina
e Telessaúde da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) e
membro do Comitê Executivo
de Telemedicina e Telessaúde
do Ministério da Saúde.
Wen acredita no crescimento do "telehomecare" (monitoramento remoto de pacientes).
"Tornou-se possível interagir
com os serviços de saúde", conta. Sua visão do futuro inclui
"teleambulatórios" de várias
especialidades.
Texto Anterior: Mercado valoriza conhecimento além da área de formação Próximo Texto: Saiba mais Índice
|