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COPA DE 1990
Esparadrapo, 3-5-2, fiasco
A Copa de estréia de Ricardo
Teixeira foi um desastre, tanto
dentro como fora de campo.
O time de Sebastião Lazaroni
fez uma primeira fase apenas regular em solo italiano e caiu diante da rival Argentina nas oitavas.
Para Teixeira, mais que a dificuldade dos atletas em seguir o esquema tático 3-5-2 de Lazaroni,
foi o dinheiro que eliminou precocemente o Brasil do Mundial.
Ainda em Teresópolis, na preparação na Granja Comary, os
atletas se insurgiram contra a
CBF. Ao posarem para a foto oficial, taparam com esparadrapo o
logotipo da Pepsi em seus uniformes -a fábrica de refrigerantes
acabara de injetar US$ 1 milhão
para patrocinar a seleção.
Os convocados queriam maior
participação no direito de arena
-receberiam US$ 200 mil. Teixeira acionou J. Hawilla para apagar o incêndio. O dono da Traffic,
que havia viabilizado o acordo
com a Pepsi, conseguiu mais US$
100 mil. Só que a vitória na queda-de-braço deu força aos jogadores.
Já na Itália, os atletas ameaçaram de novo. Estavam insatisfeitos com a premiação em caso de
conquista do tetracampeonato.
Na opinião de Teixeira, o grupo,
liderado pelo volante Alemão,
preocupou-se demais com o bicho e menosprezou os adversários. O vexame teria sido apenas
uma consequência disso.
"O que aconteceu em 90 com a
premiação foi horrível. Eu estava
começando e não sabia muito
bem como lidar com a situação.
Mas serviu de lição. Depois da Itália, nunca mais o assunto premiação foi discutido. A CBF dá o valor
e pronto", afirma Teixeira.
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