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PESQUISA
Nesta semana, tucano foi alvo de fortes ataques na propaganda de TV de Paulo Maluf, que é rejeitado por 51%
Rejeição a Serra sobe para 15%; Marta tem 31%
DA REPORTAGEM LOCAL
O ataque conjunto de todos os
candidatos contra José Serra
(PSDB) provocou algo que até então não havia acontecido nesta
campanha eleitoral, a elevação da
taxa de rejeição do tucano, que
subiu de 11% para 15%.
O percentual dos que não votariam de jeito nenhum na prefeita
Marta Suplicy (PT) manteve-se
no mesmo patamar registrado
desde o final de agosto, 31%.
Os ataques a Serra, que começaram de maneira coordenada na
semana anterior, intensificaram-se nos últimos dias. O candidato
do PP, Paulo Maluf, dedicou todo
o seu programa eleitoral a atacar o
tucano. O ex-prefeito, que não
apareceu em nenhum momento
na TV, continua com a rejeição
acima de 50%. Tem 51%.
Contra Marta, Maluf não falou
nada, nem na TV nem fora dela.
Segundo a Folha revelou na semana retrasada, o candidato do
PP firmou um pacto, costurado
pelo PT federal, com a campanha
petista. Dirige seus ataques a Serra e poupa Marta. Em troca, é defendido na CPI do Banestado, no
limite da legalidade. O ex-prefeito
é acusado de manter contas no
exterior, com dinheiro enviado irregularmente para fora do país.
Maluf nega, sempre, tanto as contas no exterior quanto o pacto.
O ex-prefeito tem o quarto
maior tempo de propaganda eleitoral gratuita na TV, atrás apenas
dos dois líderes, Serra e Marta, e
de Luiza Erundina (PSB), que tem
focado seus programas mais no
desemprego, sem citar Serra e
Marta. Segundo o diretor do Datafolha, Mauro Paulino, o crescimento da rejeição a Serra foi homogêneo, tanto na divisão por sexo quanto na por idade.
Efeitos dos ataques
A chamada "campanha negativa", em que dedicam-se mais forças a desqualificar o oponente que
a apresentar propostas, surtiu
efeito nas intenções de voto.
A oscilação de Serra para baixo
e de Marta para cima foi motivada, entre outros fatores, pela queda do tucano entre os mais pobres
e os menos instruídos. É nesse
corte que sua rejeição mais sobe, e
sua intenção de voto cai. Na faixa
dos que têm nível fundamental, a
rejeição a Serra subiu seis pontos
percentuais. Ele perdeu três pontos na intenção de votos dos menos instruídos, e Marta ganhou
dois. Entre os que ganham até
cinco salários mínimos (R$
1.300), a taxa de rejeição de Serra
subiu cinco pontos. Aí, o candidato do PSDB caiu quatro pontos na
intenção de voto, enquanto Marta
subiu os mesmos quatro pontos.
Instruídos apóiam tucano
Se o efeito dos ataques entre os
excluídos é a queda de Serra, entre
os mais instruídos e que ganham
salários melhores o tucano subiu.
Os que possuem nível superior,
aliás, são a única de todas as faixas
em que a rejeição a Serra oscilou
para baixo, de 14% para 12%.
Nesse nicho, o tucano subiu cinco pontos percentuais e tem 46%,
contra 27% da petista, que oscilou
negativamente dois pontos.
Na faixa dos que ganham mais
de dez salários mínimos por mês
(R$ 2.600), o candidato do PSDB
ampliou sua liderança em quatro
pontos percentuais e tem 48%.
Marta baixou três, para 24%.
Na divisão por sexo, Marta lidera entre os homens, ao passo que
Serra é o preferido das mulheres.
A distância entre os dois, no entanto, diminuiu substancialmente no eleitorado feminino. Caiu de
dez pontos (40% a 30%) para três
(37% a 34%). A campanha de
Marta tem priorizado esse segmento. O vice, Rui Falcão, tem feito seguidos elogios. Em jantar fechado na quarta-feira à noite, o
ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, brincou que no futuro
todos os prefeitos serão mulheres.
Na pesquisa espontânea, em
que o entrevistador do instituto
de pesquisa não apresenta nenhum nome ao eleitor, Serra e
Marta oscilaram dois pontos cada
um e continuam empatados.
Os candidatos do PT e do PSDB
tinham os mesmos 26%. Agora,
têm ambos 28%. Pelo modo como é feito, esse tipo de levantamento é um indicador da votação
consolidada de cada político. Maluf tem 8%, percentual que mantém 10 de setembro. Erundina oscilou um ponto para cima e registra 3%.
(PEDRO DIAS LEITE)
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