São Paulo, domingo, 26 de setembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PESQUISA

Nesta semana, tucano foi alvo de fortes ataques na propaganda de TV de Paulo Maluf, que é rejeitado por 51%

Rejeição a Serra sobe para 15%; Marta tem 31%

DA REPORTAGEM LOCAL

O ataque conjunto de todos os candidatos contra José Serra (PSDB) provocou algo que até então não havia acontecido nesta campanha eleitoral, a elevação da taxa de rejeição do tucano, que subiu de 11% para 15%.
O percentual dos que não votariam de jeito nenhum na prefeita Marta Suplicy (PT) manteve-se no mesmo patamar registrado desde o final de agosto, 31%.
Os ataques a Serra, que começaram de maneira coordenada na semana anterior, intensificaram-se nos últimos dias. O candidato do PP, Paulo Maluf, dedicou todo o seu programa eleitoral a atacar o tucano. O ex-prefeito, que não apareceu em nenhum momento na TV, continua com a rejeição acima de 50%. Tem 51%.
Contra Marta, Maluf não falou nada, nem na TV nem fora dela. Segundo a Folha revelou na semana retrasada, o candidato do PP firmou um pacto, costurado pelo PT federal, com a campanha petista. Dirige seus ataques a Serra e poupa Marta. Em troca, é defendido na CPI do Banestado, no limite da legalidade. O ex-prefeito é acusado de manter contas no exterior, com dinheiro enviado irregularmente para fora do país. Maluf nega, sempre, tanto as contas no exterior quanto o pacto.
O ex-prefeito tem o quarto maior tempo de propaganda eleitoral gratuita na TV, atrás apenas dos dois líderes, Serra e Marta, e de Luiza Erundina (PSB), que tem focado seus programas mais no desemprego, sem citar Serra e Marta. Segundo o diretor do Datafolha, Mauro Paulino, o crescimento da rejeição a Serra foi homogêneo, tanto na divisão por sexo quanto na por idade.

Efeitos dos ataques
A chamada "campanha negativa", em que dedicam-se mais forças a desqualificar o oponente que a apresentar propostas, surtiu efeito nas intenções de voto.
A oscilação de Serra para baixo e de Marta para cima foi motivada, entre outros fatores, pela queda do tucano entre os mais pobres e os menos instruídos. É nesse corte que sua rejeição mais sobe, e sua intenção de voto cai. Na faixa dos que têm nível fundamental, a rejeição a Serra subiu seis pontos percentuais. Ele perdeu três pontos na intenção de votos dos menos instruídos, e Marta ganhou dois. Entre os que ganham até cinco salários mínimos (R$ 1.300), a taxa de rejeição de Serra subiu cinco pontos. Aí, o candidato do PSDB caiu quatro pontos na intenção de voto, enquanto Marta subiu os mesmos quatro pontos.

Instruídos apóiam tucano
Se o efeito dos ataques entre os excluídos é a queda de Serra, entre os mais instruídos e que ganham salários melhores o tucano subiu. Os que possuem nível superior, aliás, são a única de todas as faixas em que a rejeição a Serra oscilou para baixo, de 14% para 12%.
Nesse nicho, o tucano subiu cinco pontos percentuais e tem 46%, contra 27% da petista, que oscilou negativamente dois pontos.
Na faixa dos que ganham mais de dez salários mínimos por mês (R$ 2.600), o candidato do PSDB ampliou sua liderança em quatro pontos percentuais e tem 48%. Marta baixou três, para 24%.
Na divisão por sexo, Marta lidera entre os homens, ao passo que Serra é o preferido das mulheres. A distância entre os dois, no entanto, diminuiu substancialmente no eleitorado feminino. Caiu de dez pontos (40% a 30%) para três (37% a 34%). A campanha de Marta tem priorizado esse segmento. O vice, Rui Falcão, tem feito seguidos elogios. Em jantar fechado na quarta-feira à noite, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, brincou que no futuro todos os prefeitos serão mulheres.
Na pesquisa espontânea, em que o entrevistador do instituto de pesquisa não apresenta nenhum nome ao eleitor, Serra e Marta oscilaram dois pontos cada um e continuam empatados.
Os candidatos do PT e do PSDB tinham os mesmos 26%. Agora, têm ambos 28%. Pelo modo como é feito, esse tipo de levantamento é um indicador da votação consolidada de cada político. Maluf tem 8%, percentual que mantém 10 de setembro. Erundina oscilou um ponto para cima e registra 3%. (PEDRO DIAS LEITE)


Texto Anterior: Sem ação: Polícia Federal pára operações na reta final da campanha
Próximo Texto: Nos votos válidos, placar é de 38% para o tucano e a petista
Índice



Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Universo Online ou do detentor do copyright.