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Finalizador, time também desarmava
DA REPORTAGEM LOCAL
A seleção brasileira de 50
anos atrás driblava mais, finalizava mais, e para quem pensa
que o time jogava só no ataque,
desarmava mais também.
De acordo com a análise feita
pelo Datafolha, as funções
eram bem distintas na equipe
comandada por Vicente Feola.
Cabia à defesa só desarmar,
com Nilton Santos tendo um
pouco de liberdade no apoio
pelo setor esquerdo.
Em contraste com os brucutus de hoje, Zito e Didi estavam
entre os melhores passadores
da seleção, e dali surgia o esboço de um Brasil ofensivo. Era
comum ver a dupla na área adversária para ajudar o ataque.
Do meio para frente, a obediência tática dava liberdade
para movimentação. Vavá recuava para buscar jogo enquanto Pelé ficava enfiado na frente.
Garrincha, principal driblador da equipe, caía pela ponta
esquerda para fazer jogadas
com o pé trocado e Zagallo,
além de cumprir a função de
atuar aberto, fechava o meio
para cobrir os espaços vazios.
Entre as seleções brasileiras
que foram campeãs do mundo,
o Brasil de 58, que arriscava
mais o ataque, teve o melhor índice de finalizações certas: foram 13,5 por jogo, com aproveitamento de 44,3%. O ímpeto
em buscar o gol rival resultou
também em maior índice de
passes errados. Na Suécia, a seleção errou 91,5 passes por partida -76,9% de eficácia.
Em vários momentos a velocidade do jogo se igualava à do
futebol atual. E a pressa para
recolocar a bola em jogo era a
tônica da partida. Laterais e escanteios eram cobrados pelos
próprios pontas. As faltas eram
batidas rapidamente.
Garrincha foi outro ponto de
desequilíbrio. Contra os franceses, foram 11 dribles, 12 desarmes, duas finalizações certas e oito cruzamentos da linha
de fundo, sendo cinco certos.
Na final, ele também teve
atuação de destaque com 15 fintas, 14 jogadas de linha de fundo e quatro finalizações, além
de nove desarmes.
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