Aos 20, meia tem hora para chegar em casa

Bernard é destaque de um dos candidatos ao título brasileiro, já recebeu propostas milionárias para deixar o Atlético-MG, treina com Ronaldinho e dividiu a seleção com Neymar e Lucas. Mas ainda tem hora definida pelos pais para chegar em casa.

Seu Délio e dona Nélia são duros na marcação. Com exceção aos dias de concentração e jogos noturnos, não querem o filho na rua depois das 23h45.

"Não pode passar desse horário, não. Até acontece de ele se atrasar um pouco, mas sempre nos liga para avisar", conta o pai.

Segundo ele, o meia nem vai a baladas. Quando está fora de casa, normalmente é na companhia da namorada, Mariana.

"Já faz mais de um ano que ele namora. A gente acha bom e fica mais tranquilo assim, porque aí a gente sempre sabe onde ele está", afirma Délio.

A corujice não é exclusividade do pai. Ao conversar com a reportagem da Folha, a mãe do jogador reclamou que um amigo da família ainda não havia devolvido umas fotos de Bernard quando criança.

É Nélia, que não trabalha e, segundo Délio, vive para cuidar do filho, que recorta e guarda as matérias de jornais e revistas em que o jogador aparece.

Para quem pensa que o garoto recém-saído da adolescência reclama de pouca liberdade ou do excesso de cuidados com ele, o que acontece é justamente o contrário. Ele gosta.

"Sou família. Nem gosto de estar em lugar com muita gente", fala Bernard, que também dá sua versão, sem nenhuma crítica, ao toque de recolher.

"A gente já conversou bastante sobre isso. Mas eu também nem gosto de perder o sono. Preciso preservar meu corpo para poder jogar futebol, preservar minha imagem e respeitar o clube que eu defendo."