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ANÁLISE
Ministro esquece que lei do futebol vale para todos
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE
Inexiste a palavra futebol no
Estatuto do Torcedor, que é,
desde a sua concepção, universal, válido para todas as modalidades. Ocorre que o estatuto
foi pensado apenas para o futebol, seus estádios e, por que
não dizer, para seus dirigentes.
Exatamente por isso, quem
tentou espernear contra a nova
legislação há cerca de dez dias
foram os cartolas, e só eles.
Pouco se ouviu do chamado esporte olímpico, merecedor de
inexplicável salvaguarda verbal
do ministro Agnelo Queiroz.
O homem que em última instância gere o esporte nacional
disse que a lei só vale para o futebol. Ou seja, o que nela está
escrito só concerne ao esporte
mais popular do país. Como?
O torcedor que vai ao Ibirapuera ou ao Maracanãzinho
não tem direito então a um cachorro-quente decente? Ou a
banheiros limpos, a recibo pelo
ingresso, à segurança e a todas
as conveniências que agora devem ser exigidas dos estádios?
O torcedor de basquete, vôlei,
natação, atletismo, F-1 não merece o mesmo tratamento que
o do futebol? Aparentemente
não, dada a discriminatória fala
do ministro. Faltariam a esses
esportes estrutura, recursos.
Só que, a despeito da opinião
do ministro, todas as modalidades cabem, pois a lei é para
todos. E, enquanto ela não mudar, torcedor será torcedor,
cartola será cartola. Afinal, por
aqui até amador é profissional.
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