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FUTEBOL
E o jogo da temporada na Europa é...
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
O ataque do Milan é o pior
da história? Não, mas é o segundo pior entre todos os vencedores da Copa dos Campeões.
Contando a fase eliminatória,
em que o Milan suou para superar o Slovan Liberec, foram 23
gols em 19 partidas, o que dá a ridícula média de 1,2 gol por jogo
-até a rodada deste fim de semana do Brasileiro, só cinco times tinham média inferior a essa.
Apenas o PSV, em 1988, conseguiu ser campeão europeu com
um desempenho ofensivo pior
que o do Milan. O clube holandês,
também vencedor após um 0 a 0,
ficou com a taça marcando em
média um gol por partida.
Precisava ser desse jeito? Não.
Desde o começo da temporada
a defesa do Milan era apontada
por alguns críticos como a melhor
do planeta. Carlo Ancelotti, que
foi emérito marcador, apostou
nesse setor para triunfar. Na segunda fase da Copa dos Campeões, quatro vitórias por 1 a 0 levaram a equipe ao mata-mata.
Nos playoffs, uma vitória em
cinco jogos (com um gol nos
acréscimos, no desespero). Foi sofrimento o tempo todo, mesmo
com Shevchenko, Rivaldo, Redondo, Serginho, Rui Costa, Seedorf, Inzaghi, Tomasson...
A sorte ajudou no caminho até
a disputa de pênaltis que consagrou Dida (acredite, ele também
diz que pênalti é loteria). O naufrágio do Bayern, o gol "fora de
casa" contra a Inter no San Siro, a
ausência de Nedved na final...
Na decisão, Ancelotti tinha bem
mais que Rivaldo como opção.
Saiu, como era esperado, com o
zagueiro Costacurta na lateral direita. Depois, tirou o veterano para colocar outro zagueiro, Roque
Júnior, na posição. Se sacou Pirlo
para escalar Serginho (apelidado
de "Concorde" pela velocidade),
tirou Rui Costa para pôr Ambrosini. Terminou com dez em campo, pois o lesionado Roque Júnior
apenas fez número em campo.
Celebrou a decisão nos pênaltis e
acabou ganhando na volta à Itália o carimbo de treinador de fato.
Marcelo Lippi foi quase tão cauteloso (ou covarde, segundo leitores que curtem o calcio e que me
escreveram) quanto Ancelotti. O
esquema dos finalistas é idêntico.
Davids teve que deixar o campo, e
o atacante Zalayeta foi chamado.
Porém Camoranesi, homem de ligação que substituiu Nedved, deu
lugar a Conte, jogador que, apesar de atuar desde a temporada
85/86 no Italiano, fez só 28 gols.
O jogo do ano na Europa agradou quase só aos italianos (o site
da "Gazzetta dello Sport" disse
que foi um "derby entusiasmante"). Os ingleses, anfitriões da festa, elegeram então as dez melhores partidas da temporada 02/03.
Na ordem, da décima à segunda: Ucrânia 2x2 Espanha (eliminatórias da Euro), Forfar 2x2
Queen's Park (Copa da Escócia),
Celtic 3x3 Rangers (Escocês), Milan 3x3 Atalanta (Italiano), Everton 2x1 Arsenal (Inglês), locais
iraquianos 9x3 Royal Marines
(amistoso na Guerra do Iraque),
Burnley 4x7 Watford (1ª divisão
inglesa), Santos 3x2 Corinthians
(Brasileiro) e Real Madrid 6x5
Manchester United (placar agregado na Copa dos Campeões).
O melhor jogo? Um vexame italiano no Reino Unido: Gales 2x1
Itália (eliminatórias da Euro).
Vila são-paulina e Morumbi santista
Hoje, os bicampeões mundiais do país fazem jogo histórico na Vila
Belmiro. Segundo o estatístico Francisco Mendes Fernandes, será a
1.800ª partida na casa do time de Pelé, que será alijada das finais da
Libertadores. Há um mito de que o São Paulo é o time que mais enfrenta o Santos na Vila. Verdade. Hoje, será a 83ª vez que os são-paulinos pegam os santistas no "alçapão". O Palmeiras encarou o Santos
82 vezes lá, e o Corinthians, 79, mesmo sendo os dois bem mais velhos que o São Paulo. Há outro mito de que o São Paulo é o grande da
capital que mais se dá bem na Vila. Mentira. O Palmeiras ganhou 37
jogos do Santos lá e perdeu 33. O Corinthians venceu 29 partidas e foi
batido em 33 oportunidades. O São Paulo teve 26 vitórias e 37 derrotas. O são-paulino Morumbi será a casa santista agora na Libertadores. E o Santos perdeu os três jogos que fez nesse estádio pelo torneio.
E-mail
rbueno@folhasp.com.br
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