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Nuzman agora reivindica dinheiro para dirigentes
Presidente do Comitê Olímpico Brasileiro quer modificar legislação a fim de que ele e dirigentes de confederações possam receber salário
ROBERTO DIAS
EDITOR-ASSISTENTE DE ESPORTE
EDGARD ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, quer alterar a legislação de
maneira que ele e os dirigentes de
confederações possam receber salário para comandar as entidades.
Atualmente, um comitê ou confederação tem que abrir mão de
benefícios se quiser remunerar diretores. Entre eles está a maior
fonte de recursos do esporte olímpico brasileiro: a verba pública.
"Devem receber. Todos. Os presidentes devem ganhar, acho que
o dirigente deve ganhar. Eu acho
que isso é importante. O Estatuto
do Esporte deve corrigir isso",
disse ele em entrevista à Folha.
No ano que vem, Nuzman completará 30 anos com cargo de chefia no esporte. De 1975 a 1995, foi
presidente da Confederação Brasileira de Vôlei, período em que a
seleção masculina foi a duas finais
olímpicas, ganhando um ouro
(1992) e uma prata (1984).
Em 1995 assumiu o COB. No
ano seguinte, em Atlanta, o Brasil
conseguiu a melhor campanha de
sua história olímpica: 15 medalhas, 3 delas de ouro. Nos Jogos
seguintes, em Sydney, a decepção.
Seis pratas, seis bronzes, mas nenhum ouro -a primeira vez que
isso acontecia desde 1976.
Fora do mundo esportivo, Nuzman é dono de uma imobiliária e
de um escritório de advocacia, segundo sua biografia oficial.
"Eu tenho equipe, eu tenho gente que trabalha comigo, eu trabalho. É só pegar meu Imposto de
Renda e ver nas minhas coisas o
que eu aumentei ou deixei de aumentar. Minha casa, eu comprei
tem 20 anos. Não tinha nem patrocínio no esporte."
A remuneração pleiteada por
Nuzman não seria inédita no esporte. A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) paga salário a
seus dirigentes. Mas ela é inteiramente financiada pelas rendas da
seleção e por seus patrocinadores.
Para as demais modalidades,
diz Nuzman, o caso da CBF não
faz sentido. "O esporte continua
dependendo de verbas públicas."
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