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Prancheta do PVC
PAULO VINICIUS COELHO - paulovinicius.coelho@uol.com.br
O dia do forasteiro
O PALMEIRAS venceu
ontem, contra o Atlético-PR, sua terceira
partida como visitante, em 12
jogos fora de casa. Continua
sendo pouco, mas o triunfo
será fundamental, se o time
quiser ganhar o Brasileirão.
Na Arena, onde o Palmeiras
jamais havia vencido, Luxemburgo mudou o jeito de jogar.
Em vez de ter a posse de bola,
como é praxe no Palestra Itália, escalou Martinez como
terceiro zagueiro, adiantou os
alas Élder Granja e Jefferson
para marcar Márcio Azevedo
e Rodriguinho e deixou Sandro Silva sem responsabilidade de marcação individual.
A missão de Sandro Silva
era fazer a saída para o contra-ataque, como no lance do
primeiro gol de Diego Souza.
Um dos dois momentos em
que Diego escapou da marcação pessoal do volante Chico.
A observação sobre os resultados ruins como visitante
tem irritado Luxemburgo. Para ele, todos os rivais diretos
na luta pela taça têm os mesmos defeitos fora de casa. Exceção é o Grêmio, com cinco
vitórias longe de Porto Alegre.
Nada diferente do que ocorreu de 2003 a 2007, na era dos
pontos corridos. Sempre houve um time forte fora de casa:
o campeão. Ou seja, ou Luxemburgo faz o Palmeiras ganhar mais vezes como forasteiro, ou perde o Nacional.
Luxemburgo já esteve do
outro lado. Em 2003, seu Cruzeiro foi campeão porque
venceu 14 fora de casa. Jogava
do mesmo jeito, no Mineirão
ou longe dele. Apostava na
posse de bola e envolvia o adversário, jogasse onde jogasse.
Por que era diferente?
"Ele tinha 15 jogadores confiáveis. Hoje, nenhum time
tem", diz o treinador do Cruzeiro, Adílson Batista, que, na
prática, defende a si próprio,
porque o Cruzeiro também se
afasta do título, pois não vence como visitante.
E por que o Grêmio ganha
fora? Diferentemente de Cruzeiro e Palmeiras, o Grêmio é
contra-ataque. Tem o quarto
pior índice de posse de bola.
Onde joga, marca na intermediária e sai muito rápido.
Foi o que fez o Palmeiras
ontem. Fica mais competitivo
com volantes bons de desarme e rápidos na saída. O símbolo é Sandro Silva. O Atlético
apostou em tirar espaço do rival. Sem criatividade, o Palmeiras desperdiçaria passes,
ofereceria o contra-ataque e
perderia. A estratégia diferente mudou a história do jogo.
LINHA DE CINCO
Alguns dos melhores jogos
do São Paulo no ano foram
com linha de cinco atletas no
meio-campo, como Muricy
escalou a equipe no primeiro
tempo contra o Santos, ontem. Mas, com Hernanes e
Richarlyson na armação, fica
mais evidente a falta de um
homem de criação. Contra o
Santos, não deu certo.
CARÊNCIAS
Márcio Fernandes achou o
homem para ser armador: o
ex-lateral Michael. Contra o
São Paulo, o novo camisa 10
não foi bem. Também não foi
bem, de novo, Kléber. Neste
ano, ele não fez bom jogo, na
lateral ou na meia. E terá de
se conformar. O negócio
com o Hamburgo não deu
certo, e ele segue no Santos.
PELO ALTO
A equipe do Grêmio insistiu nas jogadas pelo lado direito, seu setor mais forte. E conquistou os dois gols da vitória contra o Vasco por ali. A entrada de Souza tornou ainda mais forte esse setor do campo. Souza, ex-São Paulo,
pode se tornar o terceiro jogador tricampeão brasileiro
em seqüência, depois de Ronaldo (com o Atlético-MG, em
1971, e o Palmeiras, em 1972 e 1973) e Zinho (com o Flamengo, em 1992, e o Palmeiras, em 1993 e 1994).
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