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Antes do título, time de Leão quer eliminar rival para poder voltar após 20 anos à Libertadores, da qual é bicampeão
Santos encara Grêmio de olho no exterior
FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
RODRIGO BERTOLOTTO
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS
O Santos de Robinho enfrenta o
Grêmio hoje, pelas semifinais do
Brasileiro, querendo se aproximar, nem que seja um pouco, daquele Santos de Pelé.
Isso porque o próximo objetivo
traçado é obter uma das duas vagas para a Taça Libertadores que
estão em jogo neste Brasileiro.
No planejamento gradualista do
técnico Emerson Leão, o lugar no
torneio sul-americano vem primeiro que o troféu nacional.
""A primeira meta foi não ficar
entre os últimos. Depois, veio a
classificação. Depois, vencer o São
Paulo. Agora é voltar ao cenário
internacional", afirmou Leão.
Bicampeão da competição durante a era Pelé (1962 e 1963), o
Santos sonha voltar à elite do futebol americano após 20 anos.
Na última vez, participou como
vice-campeão brasileiro de 1983 e
acabou decepcionando, eliminado logo na primeira fase.
Se passar pelo Grêmio, a vaga
continental está garantida.
Mas há outra hipótese: se um
dos finalistas for o Corinthians, já
garantido na Libertadores pelo título na Copa do Brasil, a CBF cederá vaga ao terceiro colocado.
Como a classificação final somará os pontos da primeira fase
com os dos mata-matas, uma vitória hoje sobre os gaúchos é fundamental para as pretensões internacionais do time praiano.
"O Santos tem alguns objetivos
e não tem pressa de alcançá-los.
Se ficar pensando muito na frente,
acaba errando", afirmou o treinador. Até agora, o jeito metódico
de Leão tem dado certo. ""Não ganhamos nada além de prestígio e
reconhecimento, o que já é muita
coisa", declarou o técnico.
Por outro lado, os jogadores já
começam a sonhar. ""Nunca me
imaginei jogando uma Libertadores. Tomara que aconteça", confessa o atacante Robinho, 18. "Só
vi pela TV nos últimos anos. Nunca pensei um dia participar", declarou o zagueiro Alex, 20.
Já o experiente meia Robert
-jogou duas Libertadores (em
1998 com o Grêmio e neste ano
com o São Caetano)- diz que o
Santos tem nível para o torneio
sul-americano. "Qualquer equipe
que chega a uma final de Brasileiro tem condição de vingar na Taça Libertadores", afirmou.
Primeiro de tudo, porém, o Santos deve superar o Grêmio, time
acostumado a disputar a tradicional competição americana.
Dois fatores ajudam os santistas: o time gaúcho ter cinco baixas
e o jogo ser no chamado ""alçapão" da Vila Belmiro.
Sem Tinga, Gavião, Roger, Gilberto e Luís Mario, o Grêmio terá
de suportar a pressão de cerca de
20 mil torcedores.
Como os são-paulinos há uma
semana, os gremistas serão alvos
fáceis para as tradicionais chineladas vindas da torcida.
Lançadas pelos caiçaras das arquibancadas ou pelos respeitáveis
senhores de bermudas das cativas, as alpargatas costumam alvejar os desafetos que ousam se
aproximar do alambrado.
Foi assim com os são-paulinos
Fábio Simplício e Rogério.
Artilheiro do Grêmio, Rodrigo
Fabri, com passagem frustrada
em 1998 pelo Santos, é uma potencial vítima dos chinelos.
Uma proximidade igual acontece no centro de treinamento santista, onde garotos e bêbados se
penduram nos muros para louvar
ou criticar os atletas santistas.
Depois das estadas nas bucólicas Jarinu (SP) e Extrema (MG), o
Santos voltou agora a se concentrar na sua cidade-sede, cercado
pelo entusiasmo da torcida.
NA TV - Record e Sportv, ao
vivo, às 16h
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