São Paulo, domingo, 01 de dezembro de 2002

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Antes do título, time de Leão quer eliminar rival para poder voltar após 20 anos à Libertadores, da qual é bicampeão

Santos encara Grêmio de olho no exterior

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

RODRIGO BERTOLOTTO
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS

O Santos de Robinho enfrenta o Grêmio hoje, pelas semifinais do Brasileiro, querendo se aproximar, nem que seja um pouco, daquele Santos de Pelé.
Isso porque o próximo objetivo traçado é obter uma das duas vagas para a Taça Libertadores que estão em jogo neste Brasileiro.
No planejamento gradualista do técnico Emerson Leão, o lugar no torneio sul-americano vem primeiro que o troféu nacional.
""A primeira meta foi não ficar entre os últimos. Depois, veio a classificação. Depois, vencer o São Paulo. Agora é voltar ao cenário internacional", afirmou Leão.
Bicampeão da competição durante a era Pelé (1962 e 1963), o Santos sonha voltar à elite do futebol americano após 20 anos.
Na última vez, participou como vice-campeão brasileiro de 1983 e acabou decepcionando, eliminado logo na primeira fase.
Se passar pelo Grêmio, a vaga continental está garantida.
Mas há outra hipótese: se um dos finalistas for o Corinthians, já garantido na Libertadores pelo título na Copa do Brasil, a CBF cederá vaga ao terceiro colocado.
Como a classificação final somará os pontos da primeira fase com os dos mata-matas, uma vitória hoje sobre os gaúchos é fundamental para as pretensões internacionais do time praiano.
"O Santos tem alguns objetivos e não tem pressa de alcançá-los. Se ficar pensando muito na frente, acaba errando", afirmou o treinador. Até agora, o jeito metódico de Leão tem dado certo. ""Não ganhamos nada além de prestígio e reconhecimento, o que já é muita coisa", declarou o técnico.
Por outro lado, os jogadores já começam a sonhar. ""Nunca me imaginei jogando uma Libertadores. Tomara que aconteça", confessa o atacante Robinho, 18. "Só vi pela TV nos últimos anos. Nunca pensei um dia participar", declarou o zagueiro Alex, 20.
Já o experiente meia Robert -jogou duas Libertadores (em 1998 com o Grêmio e neste ano com o São Caetano)- diz que o Santos tem nível para o torneio sul-americano. "Qualquer equipe que chega a uma final de Brasileiro tem condição de vingar na Taça Libertadores", afirmou.
Primeiro de tudo, porém, o Santos deve superar o Grêmio, time acostumado a disputar a tradicional competição americana.
Dois fatores ajudam os santistas: o time gaúcho ter cinco baixas e o jogo ser no chamado ""alçapão" da Vila Belmiro.
Sem Tinga, Gavião, Roger, Gilberto e Luís Mario, o Grêmio terá de suportar a pressão de cerca de 20 mil torcedores.
Como os são-paulinos há uma semana, os gremistas serão alvos fáceis para as tradicionais chineladas vindas da torcida.
Lançadas pelos caiçaras das arquibancadas ou pelos respeitáveis senhores de bermudas das cativas, as alpargatas costumam alvejar os desafetos que ousam se aproximar do alambrado.
Foi assim com os são-paulinos Fábio Simplício e Rogério.
Artilheiro do Grêmio, Rodrigo Fabri, com passagem frustrada em 1998 pelo Santos, é uma potencial vítima dos chinelos.
Uma proximidade igual acontece no centro de treinamento santista, onde garotos e bêbados se penduram nos muros para louvar ou criticar os atletas santistas.
Depois das estadas nas bucólicas Jarinu (SP) e Extrema (MG), o Santos voltou agora a se concentrar na sua cidade-sede, cercado pelo entusiasmo da torcida.


NA TV - Record e Sportv, ao vivo, às 16h


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