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Após lição, Zidane sai quieto
Craque francês é exceção entre companheiros franceses, que voltam para o vestiário enlouquecidos
Alvo de tietagem dos
brasileiros, meia é escolhido
o melhor em campo depois
de liderar time em quase
todos os fundamentos
DOS ENVIADOS A FRANKFURT
Logo após vencerem os brasileiros, os jogadores da seleção
francesa entraram no vestiário
gritando como loucos e esmurrando tudo que viam à frente.
Zidane era a exceção.
Agora o maior carrasco do
Brasil na história das Copas, o
meia, que faz na Alemanha sua
turnê de despedida do futebol,
entrou no vestiário demonstrando a mesma categoria com
que destruiu o esquema tático
de Carlos Alberto Parreira.
E ainda com a tietagem dos
brasileiros, especialmente os
colegas de Real Madrid. Ainda
antes da entrada das equipes,
conversou entusiasmado com o
lateral Roberto Carlos.
Após os hinos, ele trocou afagos com Ronaldo. No intervalo,
Robinho correu para lhe pedir a
camisa e foi atendido. Na seqüência, Cicinho o abraçou e
ambos foram às gargalhadas.
Nas semifinais, ele é o último
"galáctico" do Real Madrid presente -Figo também foi, mas
está na Inter de Milão hoje.
"Todo mundo sabe como o
Zidane joga bola", disse Robinho. "Ele mostrou isso hoje
[ontem] de novo", disse Kaká.
Ontem, o camisa 10, que começou a Copa de forma apagada, dominou todos os fundamentos e acabou escolhido como o melhor em campo.
Antes, seus compatriotas já
falavam por ele. "Ele parecia o
brasileiro em campo", disse
Jean-Pierre Escalettes, presidente da federação francesa.
Ele liderou sua seleção em
quase tudo. Deu cinco dribles,
alguns humilhantes, como um
chapéu em Ronaldo seguido de
um passe de cabeça que gerou
aplausos do público que lotou o
Estádio de Frankfurt -antes e
no início do jogo, os torcedores
brasileiros, mais animados, dirigiram-lhe palavras ofensivas.
Ele também teve fôlego para
ajudar a defesa. Foram oito desarmes, contra só três de Ronaldinho. Com a França nas semifinais, o mundo ainda pode
ver Zidane em mais dois jogos.
Se seu time triunfar, será um
adeus à altura de quem acabou
com as esperanças brasileiras
de ganhar uma Copa em duas
oportunidades, fato inédito.
"Me pergunto por que Zidane vai se retirar quando está tão
bem como há quatro anos. Tem
que continuar", afirmou Franz
Beckenbauer, presidente do
Comitê Organizador da Copa.
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(EDUARDO ARRUDA, FÁBIO VICTOR, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL)
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