São Paulo, quarta-feira, 02 de novembro de 2011

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Pódios do México 'esquecem' Rio-16

PAN
Indicativo de falha em formação, média de idade de medalhistas brasileiros em Guadalajara é de 26 anos

DANIEL BRITO

DE SÃO PAULO

O Brasil voltou do Pan de Guadalajara com uma legião de medalhistas que dificilmente terá chances de figurar entre os melhores nos Jogos do Rio, em cinco anos.
A média de idade dos atletas do país que subiram aos pódios mexicanos é de 26 anos. Portanto, em 2016, eles vão ter passado dos 30.
O que é considerada uma idade avançada para um campeão olímpico em alguns dos esportes em que mais se distribuem prêmios, como natação, atletismo e judô.
É, também, um indicativo que o trabalho de alto rendimento dos jovens talentos ainda engatinha em termos de resultados internacionais.
O nível técnico do Pan permite que as potenciais apostas olímpicas do país atinjam boas marcas. A prática é comumente adotada pelos canadenses e americanos.
Os medalhistas de ouro nos tatames na última edição da Olimpíada, em Pequim, por exemplo, tinham em média 25 anos. É apenas um ano a mais que a idade dos brasileiros premiados no Pan.
Na estatística da equipe masculina brasileira, 5 dos 7 atletas que subiram ao pódio têm 26 anos ou mais.
É o caso do brasiliense Luciano Correa, 28, campeão continental na categoria até 100 kg. Em 2016, ele completará 34 anos, idade que foge do perfil do campeão olímpico. Leandro Guilheiro, 28, e Tiago Camilo, 29, campeões no Pan, disputam atualmente seu terceiro ciclo olímpico.
A média dos boxeadores que conquistaram medalha de ouro em Pequim-2008 é a mesma da dos brasileiros que subiram ao pódio nos Jogos de Guadalajara: 25 anos.
Campeão mundial neste ano no Azerbaijão, o baiano Everton Santos tem 23 anos e ficou apenas com o bronze no Pan, na categoria até 64 kg.
Para Londres-2012, ele estará dentro da faixa etária dos campeões. Mas, no Rio, quatro anos mais tarde, terá passado da média histórica.
O boxe tem por tradição premiar os mais jovens nas categorias mais leves.
O atletismo e a natação nacionais têm problemas crônicos de lentidão na renovação de nomes com chances de subirem ao pódio olímpico.
O Pan mostrou um Brasil envelhecido na premiação pelo desempenho nas piscinas, se for levado em consideração que, para a natação, 22 anos é a média etária dos que triunfam em Olimpíada.
Dos 12 medalhistas em Guadalajara, apenas três têm idade igual ou inferior a 22 anos: Bruno Fratus, 22, Henrique Rodrigues, 20, e Leonardo de Deus, 20.
O feminino, por sua vez, premiou três brasileiras que já passaram dos 30 anos.
Cesar Cielo, por exemplo, foi campeão olímpico nos 50 m livre aos 21, na China. Chegará a Londres-2012 ainda no auge, com 25 anos. Quatro anos mais tarde, no Rio, contudo, a idade já pesará contra o nadador, especialista nas provas de velocidade.
O mais jovem brasileiro a subir ao pódio no atletismo do Pan foi o roraimense Aílson Feitosa, 23, campeão no revezamento 4 x 100 m.
A média etária dos medalhistas brasileiros no atletismo foi de 27 anos. Já a média de idade dos campeões em Pequim-08 foi 25 anos no masculino e 26 no feminino.


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