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Sem ingresso, torcedores subornam fiscais
DA SUCURSAL DO RIO
Para fugir da fila da bilheteria
e dos preços extorsivos dos
cambistas, torcedores tricolores subornaram fiscais nas roletas do Maracanã para assistir
à final da Taça Libertadores da
América. Do outro lado do estádio, torcedores com ingressos
encontraram dificuldades para
chegar às cadeiras azuis.
Um estudante que pediu
anonimato entrou junto com
outros nove amigos pagando
R$ 20 cada um ao fiscal da roleta. Ele disse ter usado o mesmo
método na semifinal entre Fluminense e Boca Juniors.
"Hoje [ontem] estava mais
difícil. Ficamos uma hora negociando e esperando uma chance, mas conseguimos. Ele destravou a roleta, e nós passamos". Eles entraram na terceira roleta da direita na entrada
do lado da Uerj (Universidade
Estadual do Rio de Janeiro).
A Folha ficou por meia hora
em frente às roletas acompanhando a entrada do público
no estádio. Viu dois torcedores
já dentro do estádio passando
ingressos para amigos por
meio de uma grade. "Conseguimos passar pela catraca destravada", disse um deles ao amigo.
E se afastou da grade ao ser
chamado pela reportagem.
Alguns funcionários estão
autorizados a destravar as roletas do estádio. Um torcedor inseriu seu bilhete e teve o ingresso marcado -o que indica
a autenticidade do ingresso-,
mas a roleta não destravou
imediatamente. Bastou um
funcionário abrir a máquina e
apertar um botão para liberar a
entrada do tricolor.
Ao mesmo tempo, torcedores encontraram dificuldades
para entrar no setor das cadeiras azuis -a antiga geral do
Maracanã. Os portões foram
fechados por cerca de 20 minutos, pouco antes do início do jogo. "Tenho cadeira cativa e fui
impedido de entrar. Fecharam
e proibiram todos de entrar. É
um descontrole total da Suderj.
Se não consegue se organizar
para uma final da Libertadores,
imagina para uma da Copa do
Mundo", reclamou o contador
Joaquim Figueiredo, 51.
Outros torcedores não puderam assistir ao jogo por terem
comprado ingressos falsos. De
acordo com a polícia, um grupo
de cerca de 30 paranaenses ficou fora do estádio. No Jecrim
(Juizado Especial Criminal) do
Maracanã, dezenas de pessoas
aguardavam para registrar
ocorrências de roubos e furtos.
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