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Renato vive 2º inferno no clube que o "lançou"
Tarefa agora é de livrar Flu do rebaixamento, mesmo cenário frustrado de 1996
Técnico de 45 anos mostra mais maturidade em finais e acalma equipe sob pressão, porém perde novo capítulo vitorioso como tricolor
Marcelo Sayão/Efe
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Renato Gaúcho, que perdeu a chance de ser o 1º do país a vencer a Libertadores como atleta e técnico e que é lanterna no Nacional
DA REPORTAGEM LOCAL
Vencedor da Libertadores de
1983 com o Grêmio, quando era
ponta-direita, Renato quase se
tornou o primeiro brasileiro
campeão da Libertadores como
jogador e como técnico.
Infelizmente ontem, no Maracanã, voltou ao ponto zero de
sua carreira na prancheta, definido tragicamente também no
comando do Fluminense.
Em 1996, sem condições de
entrar em campo, foi o jogador
que assumiu o comando da
equipe para tentar salvá-la do
descenso. À época já era bravateiro: disse que, se o Fluminense caísse, ia andar pelado em
Ipanema. Caiu, não cumpriu,
mas uma manobra nos bastidores recolocou o time na elite.
Uns o acham arrogante; outros, um incansável e rigoroso
motivador. A verdade é que o
técnico do Fluminense demonstrou na final da Libertadores que atingiu um enorme
amadurecimento emocional.
Na final da Copa do Brasil,
em que seu Vasco caiu ante o
Flamengo, ficou marcado pelo
destempero com que mandou
para o vestiário o expulso Valdir Papel, aos empurrões. Parecia querer voltar a calçar chuteiras e mostrar como se vence.
Ontem, teve paciência. Na
prorrogação, pediu calma e toque de bola ao seu time. Vibrava à margem, não "queimou" os
jogadores nem perdeu a voz,
como era comum antes. Nos
pênaltis, foi sereno.
Se tivesse vencido, Renato
aumentaria sua identificação
com o Fluminense, clube do
qual foi o último herói antes da
era Unimed -que injetou grandes somas de dinheiro no clube
e o reforçou com estrelas. Em
1995, quando fez o gol de barriga da virada histórica no Estadual de 1995, sobre o Flamengo, era "Ame o Rio" o que se estampava na camisa tricolor.
Foi no Fluminense que conquistou seu primeiro título como técnico, a Copa do Brasil
com que pôs as Laranjeiras de
novo no mapa da Libertadores.
Agora, Renato terá de renovar um time abatido. Com três
pontos, o Fluminense enfrenta
o Goiás fora do Rio, como lanterna e com o amargo gosto de
ter estado a duas partidas de
conquistar o mundo.
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