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vale quanto ganha
Economia determina Brasil nos Jogos
Delegação brasileira mostra que, quanto maior o PIB de uma região, maior é o número de atletas olímpicos nascidos nela
Dos brasileiros em Pequim, 55,6% são originários do Sudeste, que tem percentual similar da economia do país; já o Norte é minoritário
GIULLIANA BIANCONI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O dinheiro tem mais peso do
que as pessoas. Com cara de
máxima capitalista, a frase explica a origem dos atletas brasileiros que formam a delegação
do país na Olimpíada.
Levantamento da Folha
mostra que os Estados onde a
economia é mais forte cedem
mais esportistas ao país. O contingente populacional tem influência bem menor na contribuição de cada região para a
equipe nacional.
Região mais rica do país, o
Sudeste tem 154 dos 277 atletas
nos Jogos nascidos em seu território. Eles representam
55,6% da delegação brasileira.
É uma fatia bem maior do
que sua população, que engloba 42,4% dos brasileiros. Mas é
bem próximo da participação
regional na economia do país:
os quatro Estados (SP, RJ, ES e
MG) representam 56,2% do
PIB nacional. Todos os dados
são do IBGE.
Mais dinheiro representa
um maior número de equipamentos esportivos, equipes e
competições em cada local, como contam os atletas.
"Comecei no atletismo porque trabalhava e perdi meu
emprego. Tinha 17 anos. Fiz
um teste em Presidente Prudente [cidade do interior paulista]. A pista lá é muito boa.
Claudinei Quirino e Vicente
Lenílson já treinavam lá e foram incentivos para mim",
contou o saltador de distância
Mauro Silva, nascido em São
José do Rio Preto (SP).
Em menor escala, realidade
parecida é verificada no Sul,
que tem a segunda maior fatia
na delegação. Até supera seu
tamanho econômico na Olimpíada. Atingiu 61 atletas, pouco
mais de um quinto da delegação. Seu PIB representa 16,6%
do país, um pouco maior do
que o tamanho da população
em termos proporcionais.
Em contrapartida, o Nordeste abriga 28% da população
brasileira. Mas, na Olimpíada,
limita-se a 35 atletas, ou 12,6%
do total. Somados, os PIBs de
todos os nove Estados da região representam percentual
quase igual: 13% da economia.
No Centro-Oeste, são 20
atletas nos Jogos ou 7,2% da
equipe, igual ao seu contingente de população. Mais uma vez,
o percentual é próximo do PIB
da região, que é de 8,9% da economia brasileira.
Embora com uma população
um pouco maior, o Norte só
tem 1,4% da equipe. É também
a região com a menor participação no PIB nacional. Entre
seus sete Estados, cinco não
têm nenhum atleta olímpico
nascido dentro das suas fronteiras -Acre, Amapá, Rondônia, Roraima e Tocantins.
Para comprovar o peso da
economia, é possível observar
que, entre os 10 Estados com
maiores PIBs do país, 9 deles
estão entre os 11 com maiores
participações na equipe olímpica nacional. Entre os dez Estados mais populosos, há apenas sete neste ranking.
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