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FUTEBOL
Conto de fadas
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Era uma vez uma bela princesa chamada Coleen. Ela tinha lindos cabelos dourados e logo ficou noiva de um plebeu que
todos diziam que viraria príncipe.
Completamente apaixonado
pela princesa, o garoto Wayne jurou que ficaria rico e levaria sua
amada para um grande e bonito
castelo. Ele jogava futebol muito
bem e começou a juntar uma fortuna em seu condado: Liverpool.
Certa vez, quando tinha 16
anos, derrotou um poderoso rival
chamado Arsenal, que não era
vencido havia 30 jogos. Fez um
golaço no último minuto e acabou com a longa invencibilidade.
Um ano depois, virou o mais novo
cavaleiro a servir à rainha. Fez
um gol na Macedônia e foi o mais
jovem a marcar pela Inglaterra.
Wayne ganhou muito dinheiro
com sua força e com suas habilidades. Conseguiu o castelo que
sonhava para sua princesa, um
palacete de mais de R$ 5 milhões,
e mandou fazer para Coleen um
maravilhoso anel de diamante.
Ele mesmo desenhou o precioso
anel, que valia quase R$ 140 mil.
Mas uma bruxa chamada
Charlotte seduziu Wayne, que teria pago a ela uns R$ 700 só para
ter o seu corpo por uma noite.
Informantes do reino contaram
a história para Coleen, que chorou muito. Não quis mais saber
da fortuna e do castelo de Wayne
e atirou seu anel de diamante em
um bosque cheio de esquilos.
Quase todas as pessoas do reino
tentaram achar o anel. Wayne se
disfarçou de plebeu e também
buscou a jóia. Queria recuperá-la
e também queria seu amor de volta. Os guardas do reino, porém, tiraram todas as pessoas do bosque, inclusive Wayne. O anel estaria até hoje com um dos 300 esquilos que moram no bosque, a
reserva natural de Formby Point.
Como por encanto, a demoníaca Charlotte foi escorraçada de
seu trabalho e do reino. Foi com
seus feitiços para a Espanha.
Wayne estava muito triste sem
Coleen. Foi em busca de sua princesa, que tinha ido para a casa
dos pais. Implorou tanto pelo seu
perdão que ganhou um beijo.
Algo mágico aconteceu. Defendendo o reino na Eurocopa, uma
disputa dos sonhos, surpreendeu
a todos. Fez muitos gols, virou durante algum tempo o mais jovem
a marcar nesse torneio e tinha tudo para acabar como grande herói. Por uma praga, talvez de
Charlotte, quebrou o pé e ficou
até os últimos dias machucado.
Sem Wayne, a Inglaterra perdeu a Eurocopa. Mas o novo príncipe não foi esquecido no reino.
Por mais de R$ 100 milhões, se
mudou para Manchester, onde
poderia ter sua fama espalhada
para o mundo todo. Na primeira
batalha que teve com sua camisa
vermelha, fez três gols na Copa
dos Campeões, disputa que, como
o nome diz, reúne os melhores.
Agora, não só o reino vive a
""Rooneymania" (Rooney é o sobrenome de Wayne, um garoto
que todos querem imitar agora).
Ele usa camisa sem colarinho, diferentemente de um guerreiro legal e antigo chamado Cantona,
que usava golas levantadas.
Na festa de 18 anos de Coleen,
Wayne deu show também. Só os
guardas conseguiram parar a diversão. Com a sua princesa, Wayne viverá feliz para sempre.
Rei Arthur
"Ele é o melhor jogador que surgiu na Inglaterra nos últimos 25
anos", diz Alex Ferguson, técnico do Manchester United, sobre Wayne Rooney. Isso é até pouco para o que Sven-Göran Eriksson, técnico
da seleção inglesa, falou dele. ""Não lembro de nenhum outro aparecer com tanto impacto em um torneio desde Pelé na Copa de 58."
Romeu e Julieta
Diego Maradona, um grande rei do futebol, sofreu com drogas, com
peso, com seu comportamento e quase morreu. Mas ele só tem um
drama hoje: suas duas filhas, Dalma e Giannina, estão namorando
soldados do exército inimigo. ""Os namorados delas são do River Plate. Um, ainda por cima, se chama D'Alessandro [é irmão do príncipe
Andrés, que jogou muito bem pelo River]", disse o ciumento Diego.
E-mail rbueno@folhasp.com.br
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