São Paulo, domingo, 03 de outubro de 2004

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FUTEBOL

Conto de fadas

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Era uma vez uma bela princesa chamada Coleen. Ela tinha lindos cabelos dourados e logo ficou noiva de um plebeu que todos diziam que viraria príncipe.
Completamente apaixonado pela princesa, o garoto Wayne jurou que ficaria rico e levaria sua amada para um grande e bonito castelo. Ele jogava futebol muito bem e começou a juntar uma fortuna em seu condado: Liverpool.
Certa vez, quando tinha 16 anos, derrotou um poderoso rival chamado Arsenal, que não era vencido havia 30 jogos. Fez um golaço no último minuto e acabou com a longa invencibilidade. Um ano depois, virou o mais novo cavaleiro a servir à rainha. Fez um gol na Macedônia e foi o mais jovem a marcar pela Inglaterra.
Wayne ganhou muito dinheiro com sua força e com suas habilidades. Conseguiu o castelo que sonhava para sua princesa, um palacete de mais de R$ 5 milhões, e mandou fazer para Coleen um maravilhoso anel de diamante. Ele mesmo desenhou o precioso anel, que valia quase R$ 140 mil.
Mas uma bruxa chamada Charlotte seduziu Wayne, que teria pago a ela uns R$ 700 só para ter o seu corpo por uma noite.
Informantes do reino contaram a história para Coleen, que chorou muito. Não quis mais saber da fortuna e do castelo de Wayne e atirou seu anel de diamante em um bosque cheio de esquilos.
Quase todas as pessoas do reino tentaram achar o anel. Wayne se disfarçou de plebeu e também buscou a jóia. Queria recuperá-la e também queria seu amor de volta. Os guardas do reino, porém, tiraram todas as pessoas do bosque, inclusive Wayne. O anel estaria até hoje com um dos 300 esquilos que moram no bosque, a reserva natural de Formby Point.
Como por encanto, a demoníaca Charlotte foi escorraçada de seu trabalho e do reino. Foi com seus feitiços para a Espanha.
Wayne estava muito triste sem Coleen. Foi em busca de sua princesa, que tinha ido para a casa dos pais. Implorou tanto pelo seu perdão que ganhou um beijo.
Algo mágico aconteceu. Defendendo o reino na Eurocopa, uma disputa dos sonhos, surpreendeu a todos. Fez muitos gols, virou durante algum tempo o mais jovem a marcar nesse torneio e tinha tudo para acabar como grande herói. Por uma praga, talvez de Charlotte, quebrou o pé e ficou até os últimos dias machucado.
Sem Wayne, a Inglaterra perdeu a Eurocopa. Mas o novo príncipe não foi esquecido no reino. Por mais de R$ 100 milhões, se mudou para Manchester, onde poderia ter sua fama espalhada para o mundo todo. Na primeira batalha que teve com sua camisa vermelha, fez três gols na Copa dos Campeões, disputa que, como o nome diz, reúne os melhores.
Agora, não só o reino vive a ""Rooneymania" (Rooney é o sobrenome de Wayne, um garoto que todos querem imitar agora). Ele usa camisa sem colarinho, diferentemente de um guerreiro legal e antigo chamado Cantona, que usava golas levantadas.
Na festa de 18 anos de Coleen, Wayne deu show também. Só os guardas conseguiram parar a diversão. Com a sua princesa, Wayne viverá feliz para sempre.

Rei Arthur
"Ele é o melhor jogador que surgiu na Inglaterra nos últimos 25 anos", diz Alex Ferguson, técnico do Manchester United, sobre Wayne Rooney. Isso é até pouco para o que Sven-Göran Eriksson, técnico da seleção inglesa, falou dele. ""Não lembro de nenhum outro aparecer com tanto impacto em um torneio desde Pelé na Copa de 58."

Romeu e Julieta
Diego Maradona, um grande rei do futebol, sofreu com drogas, com peso, com seu comportamento e quase morreu. Mas ele só tem um drama hoje: suas duas filhas, Dalma e Giannina, estão namorando soldados do exército inimigo. ""Os namorados delas são do River Plate. Um, ainda por cima, se chama D'Alessandro [é irmão do príncipe Andrés, que jogou muito bem pelo River]", disse o ciumento Diego.

E-mail rbueno@folhasp.com.br

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