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São Paulo, domingo, 04 de maio de 2003

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ATLETISMO

Governo do Pará e Caixa Econômica Federal viabilizam evento, que será disputado hoje, com 18 provas, em Belém

Verba pública banca o mais caro GP Brasil

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Mais cara competição internacional de atletismo da história do país, o GP Brasil, que será realizado hoje, em Belém, só foi viabilizado graças ao dinheiro público.
Em um ano em que a Confederação Brasileira de Atletismo perdeu seus principais patrocínios privados -Coca-Cola, TV Globo e Xerox, entre outros-, foi em uma estatal, a Caixa Econômica Federal, e em um governo de Estado, o do Pará, que a entidade obteve verba para a competição, que ficou mais onerosa devido às novas regras impostas pela Iaaf.
"Só em premiação vamos gastar US$ 200 mil. Não teríamos como financiar o GP Brasil sem o apoio do governo do Pará e da Caixa", admite Roberto Gesta de Melo, presidente da confederação.
A Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo) obrigou, a partir deste ano, os organizadores dos GPs a trazerem um mínimo de quatro competidores ranqueados entre os 40 melhores do mundo em cada prova.
"Para a Europa, essa tarefa é mais fácil, já que os atletas treinam e competem por lá, em locais relativamente próximos. Para nós, é mais difícil. Estamos longe dos grandes centros do atletismo mundial", conta o dirigente.
"Fora o Brasil, apenas uma sul-americana, uma argentina [Daniela Olivero, 27ª colocada nos 400 m com barreiras", está ranqueada na Iaaf", completa.
Como a regra estabelecida pela federação internacional é nova, a entidade admite que o limite mínimo de ranqueados não seja completado. Para isso, o GP tem que justificar à Iaaf o motivo do insucesso. "Felizmente não faremos uso desse expediente. Todas as provas do GP Brasil preenchem os requisitos", afirma Gesta.
Na periferia, o Brasil gasta mais em despesas com transporte aéreo. Após longas viagens da Europa ou dos EUA para o Brasil, os atletas desembarcam em São Paulo ou no Rio e ainda têm que fazer conexão para Belém.
Contando tudo isso, para um dia de competições -são 18 provas, 14 delas oficiais e quatro em nível sul-americano-, a confederação irá gastar R$ 1,87 milhão.
Desse montante, o governo do Pará financiou R$ 1,57 milhão. A Caixa, que, conforme a Folha antecipou, renovou patrocínio com a confederação, pagou R$ 300 mil.
"Mesmo tendo que gastar mais, achamos importante manter o GP no Brasil, já que a competição está há 19 anos no país", diz Gesta.
Pelo novo contrato com a Caixa, a CBAt irá receber R$ 3,35 milhões em 2003. "Vamos assinar um contrato até dezembro de 2007. Os valores serão discutidos a cada ano", conta o dirigente.
O patrocínio ainda é inferior ao que a confederação havia solicitado para financiar seus projetos neste ano. A CBAt pedira R$ 5 milhões -em 2002, recebeu R$ 2 milhões do banco estatal.
"Vamos nos reunir em Belém para decidirmos quais serão os projetos que iremos priorizar neste ano. Teremos que fazer um planejamento mais enxuto", afirma o presidente da CBAt.


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