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ATLETISMO
Governo do Pará e Caixa Econômica Federal viabilizam evento, que será disputado hoje, com 18 provas, em Belém
Verba pública banca o mais caro GP Brasil
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais cara competição internacional de atletismo da história do
país, o GP Brasil, que será realizado hoje, em Belém, só foi viabilizado graças ao dinheiro público.
Em um ano em que a Confederação Brasileira de Atletismo perdeu seus principais patrocínios
privados -Coca-Cola, TV Globo
e Xerox, entre outros-, foi em
uma estatal, a Caixa Econômica
Federal, e em um governo de Estado, o do Pará, que a entidade
obteve verba para a competição,
que ficou mais onerosa devido às
novas regras impostas pela Iaaf.
"Só em premiação vamos gastar
US$ 200 mil. Não teríamos como
financiar o GP Brasil sem o apoio
do governo do Pará e da Caixa",
admite Roberto Gesta de Melo,
presidente da confederação.
A Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo)
obrigou, a partir deste ano, os organizadores dos GPs a trazerem
um mínimo de quatro competidores ranqueados entre os 40 melhores do mundo em cada prova.
"Para a Europa, essa tarefa é
mais fácil, já que os atletas treinam e competem por lá, em locais
relativamente próximos. Para
nós, é mais difícil. Estamos longe
dos grandes centros do atletismo
mundial", conta o dirigente.
"Fora o Brasil, apenas uma sul-americana, uma argentina [Daniela Olivero, 27ª colocada nos
400 m com barreiras", está ranqueada na Iaaf", completa.
Como a regra estabelecida pela
federação internacional é nova, a
entidade admite que o limite mínimo de ranqueados não seja
completado. Para isso, o GP tem
que justificar à Iaaf o motivo do
insucesso. "Felizmente não faremos uso desse expediente. Todas
as provas do GP Brasil preenchem
os requisitos", afirma Gesta.
Na periferia, o Brasil gasta mais
em despesas com transporte aéreo. Após longas viagens da Europa ou dos EUA para o Brasil, os
atletas desembarcam em São Paulo ou no Rio e ainda têm que fazer
conexão para Belém.
Contando tudo isso, para um
dia de competições -são 18 provas, 14 delas oficiais e quatro em
nível sul-americano-, a confederação irá gastar R$ 1,87 milhão.
Desse montante, o governo do
Pará financiou R$ 1,57 milhão. A
Caixa, que, conforme a Folha antecipou, renovou patrocínio com
a confederação, pagou R$ 300 mil.
"Mesmo tendo que gastar mais,
achamos importante manter o GP
no Brasil, já que a competição está
há 19 anos no país", diz Gesta.
Pelo novo contrato com a Caixa,
a CBAt irá receber R$ 3,35 milhões em 2003. "Vamos assinar
um contrato até dezembro de
2007. Os valores serão discutidos
a cada ano", conta o dirigente.
O patrocínio ainda é inferior ao
que a confederação havia solicitado para financiar seus projetos
neste ano. A CBAt pedira R$ 5 milhões -em 2002, recebeu R$ 2
milhões do banco estatal.
"Vamos nos reunir em Belém
para decidirmos quais serão os
projetos que iremos priorizar neste ano. Teremos que fazer um planejamento mais enxuto", afirma
o presidente da CBAt.
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