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FUTEBOL
Atritos gerados fora do gramado movem protagonistas do jogo em que o Corinthians desafia tabu contra o Santos
Conflitos de gabinete invadem clássico
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma série de conflitos, a maioria criados em escritórios, move
corintianos e santistas no clássico
de hoje, às 16h, no Pacaembu.
São duelos que envolvem pelo
menos um protagonista que mudou de lado recentemente, como
Fábio Costa, desafeto da diretoria
do Santos, e Ricardinho e Luxemburgo -os dois saíram do Corinthians brigados com os dirigentes.
O caso mais recente é o de Fábio
Costa. Ele acionou na Justiça o ex-clube, que deixou em janeiro.
"O Fábio só entrou com essa
ação para desviar a atenção da má
fase que ele vive no Corinthians",
disse Mário Mello, gerente jurídico do Santos, numa mostra do clima nada amistoso que o goleiro
encontrará hoje no ex-time.
O camisa 1 quer receber cerca de
R$ 2 milhões. "O presidente Marcelo [Teixeira] ficou descontente
com a ingratidão dele e deixou de
pagar algumas coisas pendentes.
Mas foram só cerca de R$ 90 mil",
declarou Mello. Ele disse que a dívida será paga e que espera entrar
em acordo com o jogador.
O agora corintiano vai encarar o
ex-time pela primeira vez. "Enfrentar o Santos não vai ser algo
normal para mim", falou ele.
Já Ricardinho jogará contra o
Corinthians pela primeira vez como santista. O meia enfrentou o
ex-clube no ano passado enquanto estava defendendo o São Paulo.
A sua ida para o clube do Morumbi, em 2002, fez com que se
tornasse desafeto da cúpula corintiana, que comemorou o fracasso do jogador no rival.
O vice de futebol, Antonio Roque Citadini, que não engoliu a
saída e foi criticado por torcedores na época, descartou sua volta.
"Depois que ele saiu do clube, só
nós falamos uma vez, rapidamente. O que ele fez [trocar o Corinthians pelo rival] foi muito complicado", afirmou Citadini.
Porém, o dirigente diz ainda ter
um bom relacionamento com
Vanderlei Luxemburgo. O ex-técnico santista foi demitido pelo vice corintiano no final de 2001.
"Sempre que nos encontramos,
conversamos. Só que, quando tenho uma divergência com ele, falo
na cara", afirmou o dirigente.
Antes da demissão, Citadini se
envolveu numa polêmica para defender o treinador justamente
contra o seu atual técnico, Tite.
Na final da Copa do Brasil, o
gaúcho comandou o Grêmio no
triunfo em pleno Morumbi, alavancou sua carreira e ficou com a
fama de ter dado um nó tático no
adversário. Irritado, Luxemburgo
trocou farpas com o então iniciante colega.
Os dois evitam falar em duelo
particular hoje. "Não somos amigos, temos um relacionamento
profissional", disse Tite. O santista diz encarar o jogo como todos
os outros do Brasileiro. "Esse clima todo é criado por vocês [jornalistas]", falou Luxemburgo.
Os dois treinadores se reencontram em situações bem diferentes
em relação ao fim do duelo naquela decisão da Copa do Brasil.
O santista tenta manter a recuperação de seu time na classificação, enquanto o corintiano ainda
busca a sua primeira vitória para
começar a afastar o clube da zona
de rebaixamento da competição.
Além disso, o Santos defende o
tabu de sete jogos -seis vitórias e
um empate- contra o rival. A última vitória corintiana aconteceu
em 2001, por 2 a 0, no Nacional.
Colaborou Fausto Siqueira, da Agência
Folha, em Santos
NA TV - Globo, ao vivo, às
16h, para SP
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