São Paulo, domingo, 04 de agosto de 2002 |
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Amigo de dirigente ganhou comissão em 5 grandes contratos da FPF Empresário era fiscal de Farah e seu agente oficial
DO PAINEL FC Não foi apenas nos contratos firmados entre a Federação Paulista de Futebol e a Globo que o empresário Bruno Balsimelli faturou milionárias comissões. Membro do Conselho Fiscal da entidade quando da assinatura dos acordos, Balsimelli recebeu R$ 5,075 milhões pela corretagem de cinco contratos. O primeiro acordo de que Balsimelli participou como intermediário foi com o Grupo VR. Em 30 de setembro de 1997, FPF e Grupo VR firmaram contrato de parceria para o Paulista do ano seguinte. A empresa de tíquetes alimentícios pagou R$ 41 milhões pela competição estadual. No dia 7 de outubro de 97, sete dias depois de assinado o contrato principal, a B&B recebeu a garantia, via contrato, de que receberia R$ 2 milhões pela "apresentação" -termo usado no documento- da VR à FPF. Farah explicou assim aos senadores a participação de Balsimelli no acordo: "Esse moço nos apresentou a firma VR. Eu não conhecia a VR, que foi o maior patrocinador direto de uma federação no Brasil. Foi um contrato de R$ 41 milhões. E o dono da VR também foi padrinho de casamento do sr. Bruno Balsimelli. E ela fez e faz negócios com o sr. Bruno Balsimelli. E todos os ingressos foram feitos para a VR, à época em que tomou conta da arrecadação, pelo sr. Bruno Balsimelli". Em 8 de janeiro de 1999, a VR firmou novo contrato com a entidade presidida por Farah. Foi a segunda vez que o empresário apresentou o Grupo VR à FPF. A empresa de tíquetes desembolsou R$ 6,3 milhões pela exploração da publicidade estática do Estadual. Em 29 de janeiro de 1999, a B&B fechou um segundo acordo de parceria para o torneio. Dessa vez, com a Kaiser, que pagou R$ 2,45 milhões para adquirir propriedades de marketing da federação. A comissão a ser paga pela FPF por esses dois acordos foi estabelecida em um único contrato, datado de 10 de fevereiro de 1999. Por eles, Balsimelli amealhou outros R$ 875 mil, o equivalente a 10% do que recebeu a FPF. As últimas transações pelas quais Balsimelli recebeu dinheiro como intermediário foram as firmadas com a TV Globo, em janeiro e em setembro de 2000. Os contratos que proporcionaram ao afilhado de Farah ganhar mais de R$ 5 milhões em quatro anos não mencionam em nenhum momento a participação do empresário ou da B&B. Nenhum dos contratos da FPF com Balsimelli contém a assinatura de representantes dos patrocinadores. Todos eles foram firmados em datas posteriores aos acordos principais, o que, segundo a CPI do Futebol, seria um indício de irregularidades. Mas não foi apenas com a intermediação de contratos que o afilhado de Farah ganhou dinheiro da entidade. A BWA Indústria e Comércio Ltda., também de propriedade de Balsimelli, recebeu R$ 3.325.952,67 pela venda de ingressos magnéticos e instalação de catracas eletrônicas em estádios paulistas. Os pagamentos, que constam do relatório final da comissão instalada no Senado, foram feitos entre janeiro de 1998 e fevereiro de 2000. Além da FPF, a BWA tem em sua carteira de clientes quase a totalidade das 27 federações estaduais e fornece ingressos para torneios da Argentina, do Chile e do Paraguai. (FERNANDO MELLO) Texto Anterior: Memória: Parceria teve início na final do Paulista de 1995 Próximo Texto: Outro lado: Dirigente se cala; empresário citou trabalho efetivo Índice |
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